por Paulo Krauss
Já escrevi aqui sobre o dia que acordei Pelé num hotel de Tóquio (https://www.zebeto.com.br/2019/03/15/o-dia-que-acordei-pele/#.X5LagEeSnIU). Apesar do encontro simpático com o Rei, estava concentrado na entrevista e não me lembrei de pedir um autógrafo. Por isso, quando tive a oportunidade de participar de um almoço informal com Pepe, Edu, Félix e Cafu, não pensei duas vezes. Levei uma camisa da Seleção e consegui autógrafos de quatro jogadores que participaram das cinco Copas que o Brasil ganhou.
Um dia soube que Pelé estaria na cidade e deu o estalo: tenho autógrafos de cinco Mundiais, mas o do Rei seria a cereja do bolo. Liguei para um amigo fotógrafo que sabia estaria no evento e implorei. “Sem chance. Pelé não dá autógrafo, porque aí forma uma fila imensa e acaba com o evento. O máximo é tirar fotos com umas 20 pessoas na sala VIP. Não consigo o autógrafo, mas você vai comigo e se vira.” Fui, com a camisa numa bolsa.
Ele tinha que fazer uma foto-legenda para uma revista nacional e pediu agenda com Pelé, eu seria o “repórter”. Como eu ia fingir uma entrevista, o fotógrafo pediu que eu realmente escrevesse umas linhas para a foto dele. Logo nos chamaram na sala VIP: “vocês têm somente cinco minutos”.
Entrevistei rapidamente Pelé e então contei da camisa que tinha na bolsa, com autógrafos de quatro campeões mundiais, três ao lado dele em 1958, 1962 e 1970. Ele achou muito legal, pediu para ver. Eu falei que faltava o autógrafo dele. “Eu vou assinar para você”, disse o Rei.
Quando estava quase dando a camisa para Pelé, surgiu enfurecido o diretor do evento. Arrancou a amarelinha da minha mão antes que eu a passasse a Pelé. “Que palhaçada é essa, nada de autógrafo”, cuspia o diretor em minha direção até ser interrompido pelo Rei: “Não, eu quero assinar para ele”.
O diretor sumiu não sei para onde. Pelé colocou a camisa na coxa direita e desenhou aquele autógrafo lindo, majestoso, completando minha escalação de ouro.
Pois é,fui subindo a escada,os degraus eram ornados com doces,bolas coloridas e eternos campinhos de futebol.a escada foi se tornando mais interessante,tinha o mundo a meus pés,glorias ,os estadios cheios de incrédulos,a bola e as traves fazendo reverencias.
A escada estava com os degraus passando do meio,começa as desilusões,as primeiras dores,os degraus ficam mais pesados,fui subindo,a escada tem poucos degraus para chegar,vejo lá em cima um turbilhão,o Universo ansioso,mas estou aqui lutando,as pernas não me obedecem mais,a coluna que se erguia sobre os zagueiros, fadigada,velha ,carcomida.
Eu,Zezinho era do time do Jardim Igapó,um dia sonhei cm tudo isso,mas alguém foi tudo isso e com muitas sobras de criatividade.
Boa, PK
🎯
Manda uma foto da Camisa Célebre e Celebrada.
Merece ser publicada
Salve, Sérgio. Jadao, meu fotógrafo favorito.