DIÁRIO DA PANDEMIA
(*) Desses papos íntimos que a gente tem com o cachorro da gente. Falei assim: “Vou batizar você de Fidalgo”. Ele botou rugas na testa. “Vai me batizar aonde?” Não entendi. Até perguntei: “Sabe com quem está falando?” Mentira, não foi isso que eu falei. O que eu disse foi que precisava botar um nome nele, de preferência um nome cristão. Me perguntou, preocupado: “Mas, vou ser batizado onde, geograficamente falando? Não nas águas do Jordão, espero”. Tive que acalmar o mocinho. Expliquei que quando eu disse batizar não era batizar de verdade, que era só maneira de falar. “Podia te dar o nome de Guedes. Era um amigo que tive em Palmeira”. Ele desviou o olhar, mostrando interesse na cortina da sala. Perguntou: “Esse teu amigo, o Guedes, ele era um amigo cachorro?” Fui lépido ao responder: “Oh! Não, não… era um cara legal, eu queria homenagear ele”. Balançou a cabeça: “Comparar seu amigo com um cachorro, só mesmo pra tua cara”.
(*) Sabe quando você perde o rumo na vida e não sabe em que bússola procurar o caminho? Quando você quer o sol para se guiar pela luz e tudo o que encontra é o escuro da noite? Quando você vê que não pode confiar em ninguém senão em sua própria força e essa força já não está com você? O que você faz? Aí você enche o rabo de cachorro-do-mato e se entrega à Polícia Federal Ah! Desculpem, mas eu tinha que falar. Estava engasgado.
(*) Só mais uma do cara: “Como é que você sabe que esse dinheiro é do senador?” “Porque está carimbado”.
(*) FRASE SEM GRAÇA DE QUEM NÃO TEM MAIS O QUE FAZER: Convidei Mazinha e Heloísa pra gente ir no Hermes mais cedo.