Tenho uma âncora enferrujada aqui dentro. É de uma caravela onde Errol Flynn voou e espetou homens maus. Quero esquecer a dor e cantar para que meus demônios sosseguem um pouco. Pulo a janela do segundo andar porque estou preso para não enlouquecer. Bebo cachaça com a sede dos desesperados. Busco a erva como se ela fosse me transportar para junto de Peter Pan. O pó não é o pirlimpimpim de Sininho – e um filete de sangue escorre do meu nariz. Um ônibus passa vazio na madrugada. Preciso voltar para casa para tocar meu violão e declamar o grande poema da solidão humana. Mas tudo começa a se apagar. Acordo na calçada. Perdi os óculos. Perdi. Menos a âncora… a âncora…