de Patrícia Iunovich
Ciclagem. Ajustar a frequência. É como afinar o violão para seguir com a música sem semitonar. Calibrar para a noite não ser dia, nem o contrário. Sair da mania e entrar no equilíbrio. Há pressa, onde nunca houve calma. Preciso calibrar metadados, sinapses, alma. Ajustar a rota. Parece letra de canção sertaneja, mas é vida real. Antes rock, agora bossa nova. Uma MPB ou uma balada pop. Rima pobre. Sei lá. Vou arrancar digitais nem que seja necessário cortar as mãos. Sigo. Reverto. Não se pode iludir com tanto conforto ladeira acima. Inevitavelmente a queda há de rir de mim. Equilíbrio. Caleidoscópio. O belo na imperfeição. Sumo na sombra. E amanhã voltarei ao sol. Porque ele me embriaga mais do que o espumante meio adocicado feito uva do qual me aproprio para fazer uma metáfora simplória relativizando a um estado de espírito, a boa vontade que vem em sobra ou falta. Rascunho. Traduzo em parte a bipolaridade e a novidade da reposição de hormônios. Uma mulher perto dos 50.