DIÁRIO DA PANDEMIA
(*) Comprei um burro para que ele me ensinasse alguma coisa. De fato, aprendi alguma coisa. O que me leva ao seguinte teorema: Burros só ensinam o que sabem e tudo o que sabem são burrices. Aprendi que meu aprendizado de burrices não passavam de burrices, mas para o burro eram coisas muito inteligentes.
(*) Casamento de rico é alegria de pobre. No momento de jogar arroz nos noivos a pobretada invade o local portando panelas, copos de plástico e o quê mais. Inclusive, tem agência de casamentos que contrata atores para participar da arrozagem, que é a coleta dos grãos em pleno ar. São momentos muito divertidos, que os nubentes levarão como as mais gratas lembranças do dia do Sim. Quando acontece de pobres autênticos tentarem participar da colheita, eles são delicadamente expulsos do local com polícia, cachorro feroz e gás de pimenta.
(*) Crio coragem e, finalmente, saio à rua. Sou interceptado por um senhor que não conheço, vestido com humildade, e ele me diz que eu tenho uma moeda. Sim, eu tinha. Achei bastante curioso que uma pessoa estranha ao meu círculo, que nem nunca tinha visto em toda a minha vida, me abordasse na rua para me informar sobre uma coisa que só eu sabia. Agradeci pela atenção que ele me dispensou, voltei para casa feliz da vida por ver que ainda há pessoas como esse senhor, que nos assombram com seu conhecimento.
PERGUNTAR NÃO OFÉLIA: Quantas espécies animais e vegetais foram e estão sendo extintas da face do planeta por causa do fogo posto?