Repartir-se
Em infinitas
Partículas
Jogá-las
Por entre
Folhas queimadas
Andar sem
Olhar a chegada
Respiração
Que teima
Em arder
Na escuridão
Um ontem
Amortecido
Pela espera
Do amanhã
O hoje, porém
Foi perdido
Num divã
Onde falamos
Sobre sombras
Por trás
De uma grande
Esperança
Na qual
Caímos
Em desespero
No entanto
O sol é o primeiro
A mostrar
A língua da lua
Sobre nossas
Ideias e suas
Testemunhas
De que somos, sim
Algo a merecer
Mais que a tarde
Que vai com suas
Melodias
Atravessar
A noite vazia
Para não morrermos
Na exatidão
Das horas
Ora, que mais cabe
A nós
Senão chorar
E contemplar
Nossa solidão
Em um universo
Vasto e diverso
E coberto de razão?
Juntar tudo
Na escrivaninha
Como palavras minhas
A anotar a imensidão
Do instante
Que penduramos
Na janela
Para seguir
Pela porta
Que perdeu a chave
Do coração
Meus sonhos com melatonina,cavalgo meu unicórnio na velocidade da luz,de cima vejo cidades em chamas e uma leve chuva acida que limpa a podridão de um povo apodrecido.
Depois já em terra,passo sempre pelo mesmo caminho,ornado por arvores secas e muitas serpentes aladas,tenho que atravessar o mesmo pântano e sempre sento para descansar no mesmo toco.