História brasileira. Sozinho no mundo, professor do primeiro grau que foi para a rua, literalmente, quando a pandemia extirpou sua vaga de não contratado pelo Estado onde nasceu, ele conseguiu um apartamento emprestado no litoral para ter um abrigo. Passou a receber o auxílio emergencial que quebra o galho para comer. Até quando, isso ele não sabe. Usa o cartão emergencial para pagar o que compra no supermercado. Outro dia achou um vinho, garrafa de plástico, a R$ 5,99. Bom para tomar uma tacinha por noite a aquecer a solidão. Comprou. Na hora de pagar… A mocinha do caixa olhou a bebida, muito consumida pelos moradores de rua, além de cachaça da pior qualidade, olhou pra cara dele e, segundo o próprio, teve certeza que estava numa pior de fazer gosto, apesar de estar vestido corretamente, banho tomado, etc. O cartão dos desvalidos já é uma prova de que o sujeito está no bico do corvo; a bebida completa o quadro para quem apenas interpreta a situação.