7:01Eduardo Guimarães, adeus

por Reinaldo de Almeida Cesar

Na semana que passou perdemos Eduardo Guimarães. O carioca mais curitibano que conheci. Um mestre na arte de anfitrionar, fazer amigos e aproximar pessoas. Arquiteto por formação, diplomata por vocação, Eduardo era agradavelmente irrequieto, culto, elegante sem soberba. Emprestou seu talento chefiando a área de cerimonial e de relações internacionais da prefeitura de Curitiba e também do governo do Estado. Em vários e privilegiados espaços de debate pelo mundo, fez candentes e apaixonadas defesas das potencialidades de Curitiba e do Paraná. Na sua belíssima casa, no coração do Batel, acolheu as primeiras reuniões ainda informais entre a alta direção da Renault e o então governador Jaime Lerner – o final dessa história todos sabem. Com vibração, estava sempre disposto a colaborar com as entidades representativas do comércio e da indústria. Cristão e homem de fé, não perdia num só domingo a sempre correta e provocativa homilia do genial Frei Paulo Botas, em qual paróquia fosse. Generoso, por vários anos dedicou sua energia em atividades de voluntariado. Estive com ele – juntamente com um grupo de amigos de toda uma vida – em Cuba, por duas vezes. Educado e ao mesmo tempo ávido pela informação, mesmo tendo uma inabalável convicção ideológica conservadora e liberal, ele ouvia em respeitoso silêncio as narrativas da epopeia da famosa revolução na pequena ilha. Fará muita falta em todos nós, seus incontáveis amigos. E, além de saudades eterna, deixou um justo e merecido sentimento de orgulho para sua querida Consuelo, suas filhas, genros e netos. Dizem que algumas pessoas não morrem, tornam-se estrelas. Se olharmos bem, Eduardo estará sempre lá no firmamento, com seu bom astral e cativante sorriso.

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