DIÁRIO DA PANDEMIA
- Ema não digo. Tenho à mão este avestruz que me transporta no lombo do quarto à cozinha, atravessando todo essa coxia do corredor. É um belo animal. Bruto como índio velho, desses que o minuano cortou a orelha. Ema, não. Prefiro este gaudério do jeito que ele é, bagual, arisco, a guaiaca suportando meu trabuco. Prefiro avestruz na nota de 200. É uma ave que representa bem o Governo. Quando a coisa fica feia enfia a cabeça no buraco. E azar de quem seja o buraco. Que ema, nada! E fui falar em manada olha lá quem vem chegando…
- Entrevista: “A escolha deu-se após a mordida, Dona Ema, ou após colóquios acontecidos no escurinho do cinema?” “Oh! não! Oh! não… por quem me tomais? Estava eu na relva buscando minhocas e ele…oh! tenho vergonha de revelar.” “Ora, Dona Ema, estamos só nos dois e os leitores do blog”. “Wellll… e daí ele me mostrou aquilo que ele mostra pra todo mundo”. “O revólver?” “Yes! Daí eu disse assim: Não acha que eu sou muita galinha pro seu caminhãozinho?”. “E…?” “Quando eu falei a palavra galinha ele se pôs a chorar de saudade de quando fazia voar pena pra todo lado”. “Acho que não sei se entendi o que a senhora quis dizer”. “E você acha que eu entendi?”
- A ideia de botar uma ema de um lado da nota de 200 paus e um lobo guará do outro tem tudo para não dar certo. E se o lobo quiser comer a ema, como se ela fosse uma vovozinha comível? E se a ema dispuser-se a bicar o rapaz como se ele fosse um ofertador de croroquinhas? Enfim, o Governo dispõe só de duas aves, e não é recomendável botar todos os ovos no mesmo ninho.
MISTÉRIOS DO VATICANO: São Bernardo é um cachorro.