15:50NELSON PADRELLA

DIÁRIO DA PANDEMIA

Assim como o gato anterior, Moisés II desapareceu. Procurei até na lixeira. Encontrei foi um filhote de cachorro, que acabei trazendo para dentro. Logo mostrou ser um animal inteligente: entendia tudo o que eu falava. Eu também entendia tudo o que ele falava. A gente só divergia quando o assunto era Política.

Decidi batizar meu amigo cachorro com o nome de Moisés. Ele perguntou “por que Moisés?” Não soube responder. Me disse que preferia um nome mais cristão; assim: Rex. Mas Moisés não tinha cara de rei. “Vou te chamar de Cloroquina. Que tal?” Me olhou com olhos mansos e respondeu com outra pergunta: “Tenho cara de palhaço?”.

Enfim, chegamos a um resultado a respeito do nome do meu fiel companheiro. “Me chama de Jolim” – ele pediu. Fiquei triste, lembrando daquele portão aberto na infância por onde o animal escapou.  Disse para ele: “Jolim não existe mais”. Ele ficou segurando por um momento o que estava para dizer, depois disse: “E você acha que eu existo?”.

Bom, ficou Moisés mesmo. A dúvida era se seria Moisés III ou só Moisés, posto que se tratasse de outra categoria de amigo.

ENQUANTO ISSO, EM PALÁCIO…

ENTREVISTA COM A EMA.

Coube a mim entrevistar aquela senhora. É uma ave, mas depois do beijo ganhou status de “protegida”. Ela estava no cercadinho esperando o moço, sabem de que moço estou falando.

Abri o papo (se bem que quem tinha papo ali era ela): “Mas, que chique! Vai aparecer no dinheiro!Agora não pode morder mais ninguém…

– Ele que provocou.

– Como, assim?

– Foi exatamente isso que ele me disse.

– Não, querida, esse como aí não é verbo.

– Eu sei. É verba. Sou ema, mas sou limpinha.

Uma ideia sobre “NELSON PADRELLA

  1. SERGIO SILVESTRE

    Padrella,passando a “pandemia” seu diário poder ter o nome de “arca de noé”rrsrsrsrsrs

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