DIÁRIO DA PANDEMIA
*Moisés avisou que ia comprar cigarro. Saiu sem olhar pra trás. Vi a hora que estava subindo para o telhado. Eu disse assim: “Adeus, garoto, vou sentir a falta de você”.
*Deixaram outro gato na minha porta. Veio enrolado numa meia de lã. Decidi não pegar pra criar. Esses bichinhos costumam desaparecer por anos a fio e quando voltam estão todos escangalhados. Mas o pobre miava tanto! Mesmo porque não sabia fazer mais nada na vida além de miar e fazer merda. Afinal, movido pela piedade, catei aquela coisinha. Falei bem alto para que todos ouvissem em seus apartamentos. “Mas é o último, estão sabendo?”
*Estou a jogar truco entre paredes com o vizinho, não tenho mais o gato na mão. E sempre que ele diz que tem o gato me dá uma saudade danada daquele amigo que acabou me trazendo tanta alegria. A não ser quando ia aos meus guardados e achava meus cigarrinhos.
ENTREOUVIDO EM PALÁCIO: Tem uma ema toda produzida, ali na entrada, perguntando se o senhor não esqueceu que hoje tem Baile de Poleiro.
Padrella,Moisés não sumiu,deve ter subido no terraço do prédio,na falta de montanha,vai o terraço mesmo,e na falta de pedra para ditar os mandamentos ,serve a ata do condomínio rsrsrsrsrsrsrsrs