No liquidificador, letrinhas saídas das almas de Dolores Duran e Antonio Maria. Ligado. Tomo o suco e o soco. Alimento o vazio porque cavo desde que senti o primeiro medo. Me apresentei sempre assim no palco das perdidas ilusões. Legal, não? Caio na gargalhada debochada porque, hoje sei, criei e alimentei tudo isso. Apontei dedos culpando. Deus, o Diabo, pai, mãe – e quem estivesse olhando atravessado. O sol há de brilhar mais uma vez, Nelson Cavaquinho? A voz dele sempre foi cachaça pura – e os versos, mel para qualquer vida soturna. Não foi assim que a luz se fez para começar a olhar tudo como coisas simples, normais e absurdas. Foi – e pode ser para qualquer um que for abençoado pela sobrevivência. Há o acrobata que pede desculpas e cai, do Fausto Wolff, mas com rede proteção, coisa que não imaginávamos. Existe água. De beber. Ao ser tomada, ela faz o milagre, que não é. Então, olhamos e assimilamos o que é para ser entendido ou desentendido. Seguimos. No placar, goleada a favor.