Tornar-me-ei oceano
E ao meu engano
Não mais falarei
Que um dia é igual
Ao que porventura serei
Sei da lua que herdei
Sei do amor que não terei
E bebo lágrimas de anestesia
Pela primazia de ser só minha
A solidão perto do chão
O ardor do sol na visão
Porque bela é a tarde
Que vai sem se ver
E singela é a língua
Que nunca retém
A saliva no veneno
A mágica do segredo
E cedo me doo
Aos impérios do amanhecer
Porque nunca serei estranha
Ao que ainda hei de ser
Obrigada, Lopes. A gente vai treinando. Às vezes, saem uns que guardamos por não serem tão bons. Mas os que achamos que surtem efeito, a gente se arrisca a publicar. O feedback é que nos diz.
Mais uma vez, obrigada.