O ego despedaçado
Pelo vento
E a lua enquadrada
Na solidão
Sem pressa voo
Em minha direção
Até a escada da morte
Onde o forte
Lamentou a minha descida
À terra encoberta
Por joias esquecidas
Quando vejo o castelo
Me condeno à exatidão
De nuvens singelas
De um sol na multidão
Onde há o mistério
Quando me ajoelho ao chão
Para pedir mais silêncio
Para abrir o coração
E sob o orvalho
Se desfazem
A glória e a unção
Por saber que o mínimo
É o máximo da ação
Juntando memórias
Escrevo uma vazia ficção
Para lembrar a simplória
Luz da escuridão
Que fala mais alto
Quando se olha por convicção
Ao ver a madrugada
Refletida na alma
Choro a beleza
Colorida da criação
Uma lágrima que escorre
Para cortar a pura razão
De nunca ser triste
Mas ser sóbria como a lição
De que somos raízes
Que geram galhos
Da mais doce ilusão
A vida dá seus frutos. Às vezes não para a gente, mas também é bom.