DIÁRIO DA PANDEMIA
Eu tive tudo o que quis.
Olhos pra te ver e boca
pra beijar o teu nariz.
De roupão e chinelas, na sacada do apê, recitando sonetos como quem bate panelas:
“Guardei todos os vidros de perfume
que perfumaram minha vida louca
momentos de paixão e de ciúme
teu batom manchando minha boca”.
Sonhei que sonhava e nesse sonho que eu sonhava era proibido sonhar. Nem ninguém falava porque era proibido falar. Mas o sonho era meu e aboli as leis insanas e sonhei que sonhava e nesse sonho eu era feliz por ter conquistado minha liberdade.
Outra pegada na veia do pescoco!