Ela se mordia
Ela se cortava
E o mais lúcido vivo
A recriminava
Ela sentia tudo
Ao contrário
Como um gelo
A ser sublimado
Ela vivia
Com o sol
De um diabo
Que ao meio-dia
Tocava harpa
Para uma noite vazia
Para a luz
De um som quadrado
Ela fingia
Ser forte e estar ao lado
De magias nos semblantes
De uma sorte sem dados
Ela era o grito
Da lua na madrugada
Era o corte do gemido
Era o som estilhaçado
Ela era a proa
De um navio ancorado
A ponta da agulha
Que fura o mal amado
Ela era a consorte
De um deus em êxtase
Era a façanha
Do amanhecer
Sempre sem pecado