Do correspondente em Brasília
E eis que surge na Praça dos Três Poderes o presidente da República conduzindo um séquito de empresários com o claro objetivo de botar pressão no STF.
Um Dias Toffoli surpreso recebeu o grupo, visivelmente constrangido sobretudo pela gravação não autorizada do encontro. Ao final, com classe, passou uma descompostura na turma, lembrando do pacto federativo, da necessidade de diálogo das instituições e de ser imprescindível seguir fielmente os ditames da ciência, a partir da atuação de um gabinete de crises, até hoje inexistente pela inação do governo.
Bolsonaro não levou a tiracolo o ministro da Saúde Nelson Teich – que ele chama de Rubens. Talvez para poupá-lo do vexame de ouvir empresários falarem da morte de CNPJs, quando o país acelera tristemente a curva de mortes humanas. Mas, fez questão da presença de Paulo Guedes, já mapeado aqui em Brasília – assim como seu homônimo Gracindo – no quadro humorístico “Balança mas não Cai”.
Essa marcha da insensatez de hoje ficou mesmo parecendo aquela protagonizada pelo então poderoso ACM quando liderou deputados e senadores baianos para pressionar FHC, no auge da crise do Banco Econômico.
Em ambas, falando mais alto o interesse do capital.