Do correspondente em Brasília
As indicações de Alexandre Ramagem para diretor da PF e Jorge Oliveira para o Ministério da Justiça sacudiram o noticiário – pelo lado exótico da coisa. Ramagem é visto na PF apenas como um boa praça, gente boa. Nunca exerceu qualquer chefia ou função de relevo na corporação. Seu único mérito parece mesmo ser parça do vereador Carlos Bolsonaro, de quem se aproximou quando foi escalado pela PF para compor a equipe de segurança de Jair Bolsonaro na campanha. Isso lhe garantiu ser enfiado goela abaixo dos arapongas para chefiar a ABIN. Sua ida para diretor da PF agora é como colocar um major para ser Comandante do Exército. O noticiado futuro ministro da Justiça, Jorge Oliveira, é outro escárnio. É um outro major, esse agora da PM do Distrito Federal. Formado no IESB em Brasília, uma faculdade mal posicionada no ranking dos cursos de Direito, é inscrito na OAB há apenas 6 anos. Nenhum título acadêmico, mestrado, doutorado, artigo publicado, nada. Apenas ligações antigas com a família Bolsonaro, onde é chamado de Jorginho – e é uma espécie de faz-tudo. No currículo, no entanto, figura como padrinho de casamento de Eduardo Bolsonaro.