É fogo, torcida brasileira! Seguem os artigos de Luis Felipe Pondé (“Papai Noel do PT”) e a resposta de Juca Ferreira (Delírio paranoico de acusações), ex-ministro da Cultura – ambos publicados na FSP.
Papai Noel do PT
Para o partido, país é um galinheiro de vez em quando, ele vem e mata uns frangos
O PT quer de dar um presente de Natal para o Brasil: caos social que ajude a derrubar a economia e, com isso, aumentar as chances de ele voltar ao poder. Seu Papai Noel Lula livre afirmou que o projeto do PT é retomar o poder em nome da democracia.
Coitada, a democracia é a famosa casa da mãe Joana: todo mundo mete a mão.
O PT revelou-se uma gangue. Tendo parte da sua origem no movimento sindical, erguido nos escombros da ditadura, só se podia esperar isso mesmo. Grande parte dos sindicatos, no mundo inteiro, é máfia com metafísica política: a ideia é tirar dinheiro de quem trabalha.
Ao revelar-se uma gangue, o PT nunca fez autocrítica. Não precisa. Santos não precisam rever seu passado, dizem até os intelectuais orgânicos que trabalham para a causa. O PT nunca foi sério no sentido que esperavam dele. Para o PT, o Brasil é um galinheiro —de vez em quando ele vem e mata uns frangos. O único projeto do PT sempre foi fazer do Brasil o seu quintal, mesmo que para isso tivesse que matar muitos frangos “resistentes”. Associar o PT à democracia é para gente de má-fé.
Eu sei, eu sei. O governo Bolsonaro desfila atos e gestos simpáticos à ditadura. Voltaremos a isso já. Mas o PT tem sofisticação intelectual suficiente a seu serviço pra montar um projeto totalitário silencioso, e com “verniz”, com palmas da “comunidade internacional”, em que ninguém perceba de bate pronto. E isso estava em curso. Basta você ter a seu favor as pessoas certas, você cria um sistema autoritário em “nome da democracia”. Quem lê história do século 20 sabe disso de cor.
A bola da vez é tentar criar caos social (“fazer um Chile aqui”) para derrubar a sensação de que alguma normalidade econômica começa a se instalar. Preste atenção e verá todos os economistas orgânicos do partido trabalhando para pôr em dúvida a ideia de “austeridade”. Engraçado: existem dois tipos de dinheiro, o meu e o dos outros. Com o meu prático austeridade, se não quebro. Com o dos outros proponho o socialismo e torro. Austeridade nada mais é do que gastar menos do que você ganha.
Não quero com isso propor que o mercado cuide de bebês. O mercado nunca resolveu tudo. Petistas fazerem crítica econômica depois de terem destruído a economia do país? Isso, sim, é entregar o galinheiro na mão da raposa.
Quero dizer apenas que aquela economia pequenininha que faz as pessoas sorrirem, que talvez comece a melhorar por aqui, precisa ser destruída pelo exército de asseclas do PT para impedir que os liberais continuem a ter alguma chance de administrar o país depois de “séculos” de mitos econômicos. Se a economia melhorar, fica mais difícil derrubar o Bolsonaro, claro, porque o bolso é o órgão mais sensível do homem e da mulher (para não me acusarem de sexista em cima do Natal).
Se o PT tiver de destruir o cotidiano do “povo brasileiro”, o fará sem cerimonia, porque o único povo brasileiro que jamais importou ao PT foi o “seu povo brasileiro”. E aí vem as bobagens faladas por membros do governo Bolsonaro, quando não ele mesmo.
Ficar ameaçando o país com um “novo AI-5” é coisa de ignorante histórico, geopolítico e moral. Cada vez que alguém fala uma idiotice dessa, o PT fica de pau duro. A ideia de gerar desordem visa fazer com o que todo mundo que não concorde com o PT e seus asseclas caia na categoria de fascistas, além de derrubar a economia e pôr as pessoas em pânico. A pequena utopia próxima dessa turma é caos nas ruas, polícia batendo e matando, e Brasília falando horrores e elogiando ferramentas violentas do passado.
Imediatamente a “comunidade internacional” e seus intelectuais (e Greta Thunberg!) gritarão que o Brasil é uma ditadura. O engraçado é que você pode destruir o cotidiano das pessoas e ainda assim dizer que você está a favor delas. Basta ler história do século 20 pra ver isso.
A verdade é que a melhoria possível da economia em 2020 pode complicar ainda mais para os antigos donos do galinheiro. E eles farão qualquer coisa pra isso não acontecer. Querem retomar o poder e voltar a roubar livremente.
Réplica: Coluna de Pondé é delírio paranoico de acusações gratuitas ao PT
Irresponsável em suas afirmações, artigo é desrespeitoso com os que pensam diferente
Dois dias depois de a presidenta Dilma ter sido reeleita pela maioria de votos dos brasileiros e brasileiras, o presidente do principal partido de oposição, o PSDB, convocou os que perderam, as instituições da República e os meios de comunicação para inviabilizarem o governo e infernizarem a vida pública a tal ponto que a eleita não pudesse governar.
Naquele momento, Aécio Neves não estava apenas rompendo os princípios básicos da convivência democrática entre governo e oposição e atacando o governo da presidenta Dilma e o PT.
A democracia brasileira estava sendo questionada, o processo de construção da vida e de normas democráticas que o país experimentava desde o fim da ditadura militar estava sendo ameaçado e o pacto político que permitiu o fim da ditadura e possibilitou esse longo período —para os padrões históricos do Brasil— de vida democrática estava sendo roto.
Ainda está por ser melhor analisado como o PSDB pode tão facilmente ter deixado de ser o principal fiador da nossa democracia e ter se transformado em um partido adepto do golpismo. O certo é que tudo que aconteceu depois teve seu início nessa atitude do tucano mineiro e que acabou se tornando o ponto de mutação da nossa democracia.
Não tenho dúvida de que os que participaram da ruptura da ordem democrática abriram a porta do inferno e não sabem com fechá-la novamente.
Não sei como alguém que acompanha a vida política brasileira faz tanto tempo e escreve sobre ela pode ignorar toda essa história recente.
Estou me referindo a Luiz Felipe Pondé e a seu artigo “Papai Noel do PT”.
O artigo é muito ruim! Nem como ficção serve. Arrogante, irresponsável em suas afirmações, desrespeitoso com os que pensam diferente.
O artigo é um verdadeiro delírio paranoico, um amontoado de acusações gratuitas ao PT, sem pé nem cabeça. A impressão que tive com o artigo de Pondé era que ele havia lido um artigo recente escrito por dois ex-ministros dos governos petistas onde eles fazem uma análise crítica dos planos econômicos do atual governo.
Pelo artigo de Pondé, me pareceu que ele ficou “tocado”, com medo. Como se tivesse percebido que a ideia de austeridade —que lhe parece inquestionável— não é uma ideia tão forte assim.
A verdade é que economistas orgânicos do PT —expressão usada por ele— estão começando a demolir a lógica que sustenta as principais medidas econômicas do governo.
Guedes certamente é o lado do governo de que Pondé mais gosta. Não diz, mas fica explícito que não
gostaria que Bolsonaro e os seus auxiliares mais caricaturais falassem tanta bobagem para deixar o governo fazer seu trabalho “sério”.
Pelo que pude perceber, Pondé manifesta como subtexto um mal-estar e um desconforto em ter expectativas positivas com o governo Bolsonaro.
Mas, mesmo assim, quer dar uma ajuda aos que estão no poder, atacando os que fazem frente a esse projeto neoliberal e autoritário do atual governo.
Pondé, pela pose, sempre me pareceu que se pensa como um intelectual complexo, acima das contradições políticas que dividem a sociedade, mas politicamente nunca deixou de ser linha auxiliar dos tucanos paulistas. E, agora, ataca gratuitamente os que fazem oposição ao atual governo.
Politicamente, Bolsonaro é um outro projeto político, se comparamos com os tucanos. Mas o projeto econômico é mais ou menos o mesmo.
Por isso, Pondé e outros que viam no PSDB uma alternativa política podem continuar como linha auxiliar desse governo, mesmo experimentando um certo constrangimento.
Nesse artigo, ele não chega a ter uma linha de raciocínio e não se sente na obrigação de dizer por que acha que o PT é uma ameaça à democracia, de onde tirou que “quanto pior melhor” orienta o PT e essas outras bobagens que afirma categoricamente.
Típica atitude autoritária, bem adaptada ao momento político que estamos vivendo: diz categoricamente e dita como os outros pensam, sem respeitar as verdades e convicções alheias nem dizer de onde tira essas acusações. O artigo é uma versão intelectualizada das fake news. Não passa disso.
Juca Ferreira é sociólogo e foi ministro da Cultura nos governos Lula e Dilma e secretário de Cultura em São Paulo e Belo Horizonte
Li, num desses blogues que abundam, que os três presidentes da República mais votados em toda a História do Brasil foram Jânio Quadros, Collor de Mello e Jair Bolsonaro. (Sem contar com João Goulart, vice de Jânio, e que também figura, por osmose, entre os mais votados). Jânio, que veio para varrer a corrupção com sua vassoura mágica, teve que renunciar. Assumiu Jango, que logo seria deposto pelo Golpe Militar de 64. Collor foi eleito com a promessa de acabar com os marajás. Depois do confisco da poupança dos brasileiros, foi impichado. Resta Jair Bolsonaro entre mais votados. Cala-te, boca.
Quando se sentam em volta de uma mesa,o Pondé,Cortela e o Karnal,os dois últimos devem ficar corados de vergonha de estar ali participando ao lado de um biltre.
O Pondé tem razão!!!
Vergonha esse Pondé é obvio que o que tem dentro de si é somente mágoas, triste figura que tem por objetivo só acabar com a democracia, querendo colocar a oposição a esse desgoverno em silêncio.
Quando confrontados com a verdade, os dissimulados petistas partem ao ataque contra o articulista, mas jamais contra os argumentos. Quando isso acontece, fica claro que os ignóbeis pouco tem a oferecer senão a dor de cotovelo e o ranço da derrota.