O mundo é um segundo
E eu sou um minuto
A florescer como um crisântemo
Nas ideias e palavras hostis
Do dia que não vence a miséria
Expurgo as primazias do poder
Absorvo fantasmas por saber
Que a moratória
Declarou vitória sem a história
Vicio-me em crueldades veladas
Pela estrada a levar à cilada
De uma alma sem perdição
Corto o coração em porcentagens
E minha miragem
Tornou-se caverna
Sem reflexo, sem nexo
Sem o graveto do amor sensual
Faço poemas sem lemas
VIvo em códigos
Em ritual
O setentrional beijo sem alento
O visceral medo do rebento
Me vejo, gotejo
A assiduidade factual
Poeira da primeira
Alma a olhar o Vidigal
Onde o ar é raro e efeito
Onde o amor é gradual