Tive tesão pela vizinha imensa. Disse isso para a placa ao lado da porta da casa onde moraram Federico Fellini e sua amada Giulieta Masini, em Roma. Ele sorriu e disse que isso era normal para um menino de seis anos. No outro dia, subindo a escada rolante do museu Pompidou, em Paris, vi um sol enorme, vermelho, se pondo atrás dos telhados da cidade antiga. Não lamentei estar sem a câmera fotográfica. Porque ali de dentro Cartier Bresson, em exposição, me ensinou ser o momento mágico exatamente o de olhar. Depois, entra a parte do registro. Em algumas ocasiões, melhor não clicar, para guardar. Epifania. Ouvi ontem alguém falar sobre isso a respeito de literatura, a grande arte. Bom assim. No aprendizado. Sempre – e treinando, como Pelé fez para depois dizer love, love, love.