A Mata Atlântica preservada na APP do Rio Iguaçu, a cratera de exploração e a Estrada do Colono praticamente tomada pela floresta – Fotos do Ministério Público Federal
A discussão sobre a reabertura ou não da Estrada do Colono, que voltou a ser pauta entre os parlamentares do Paraná, deveria levar em consideração o relatório feito pelo Ministério Público Federal em agosto passado a partir de uma inspeção aérea realizada em helicóptero da Polícia Rodoviária Federal em Área de Proteção Ambiental (APPs) às margens do Rio Iguaçu e vizinha do Parque Nacional daquela região. A estrada, fechada, quase não é mais vista – foi tomada pelo que resta da Mata Atlântica. Mas, perto dali…
“Em sobrevoo da Industria e Comércio Leopoldina, o panorama é assustador, imensa área de Mata Atlântica devastada, solo totalmente destruído, a mineradora extrai basalto a poucos metros da margem do Rio Iguaçu, dentro da área de preservação daquele rio, caminhões e mais caminhões de pedra saindo carregados o que mostra a intensa atividade no local, a poeira que sai da britagem do basalto é tanta que é possível ver a quilômetros de distância. Também, foi registrada uma antiga área de extração de basalto ainda aberta , o que mostra o tamanho do desastre ambiental impossibilitando a regeneração natural da floresta em virtude da expressiva retirada do solo por escavação”, informa Jean Matheos Tessari Wagner, que assina o relatório (ver abaixo) encaminhado para a pedido de Daniela Caselani Sitta,Procuradora da República.
Há mais, segundo o documento: “Já na foz do Rio iguaçu observam-se construções em meio a mata dentro da faixa de “APP”. Essas construções são avistadas ao longo da margem brasileira do Rio Iguaçu até o início do Parque Nacional do Iguaçu, em algumas dessas ocupações existem clareiras (destruição da mata nativa) para cultivo de alimentos e criação de animais. No ponto denominado Porto de Areia, existe uma grande área devastada destinada ao depósito de areia,
estacionamento e área de manobra de caminhões de uma mineradora”. informa Tessari Wagner, responsável pelo diligência que foi acompanhada por Ivan Batiston, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Por que as discussões da reabertura da Estrada do Colono se concentram apenas nela e se esquece o entorno é algo a se pensar. Se a floresta retomou o espaço da estrada é um sinal claro da natureza. No caso do que foi visto e documentado, vai ser difícil a recuperação mesmo que tudo seja interrompido. Também se aguarda se vai haver ou não desdobramento do que foi constatado.
Esse tipo de situação é recorrente por toda a parte. O próprio IAP tem parte de sua Sede em Curitiba na APP (área de preservação permanente) do Rio Belem.
Ademais, o Código Florestal “permite” o funcionamento de pedreiras como aquela de Foz do Iguaçu em APP. É só ler o Código Florestal (Lei 12651/12) que permite a intervenção em APP na hipótese de Utilidade Pública (artigo 8º). E advinhem, a mineração é utilidade pública (artigo 3º inciso VIII da mesma lei).
essa foto não faz o menor sentido… pois a area de preservação é do outro lado do rio. Pode perfeitamente ter exploração mineral LEGALIZADA do outro lado do rio.