Do Vampiro de Dusseldorf
O governador Wilson Witzel, do Rio, é um homem culto, de amplas e variadas leituras. Além de jurista é cientista social que domina o amplo espectro que vai da etnologia, passa pela antropologia e deságua na sociologia.
Com esses notáveis atributos ele acaba de identificar a causa e o efeito da insegurança em seu Estado: o genocídio. Na sua concepção acontece genocídio quando se mata muita gente num tempo contínuo.
Ele foge do elemento que a ciência acrescenta ao conceito: a dizimação sistemática, organizada de um grupo étnico. Caso dos judeus no nazismo, dos armênios pela Turquia, dos tutsis pelos Hutus na África. Como não tem disso no Rio, sem raça ou etnia definida, o governador não nos deixa outra opção que a da coerência: o genocídio é direcionado a extinguir os cariocas todos, todos vítimas da violência.
O governador prossegue na sua demonstração, agora quanto aos responsáveis pelo genocídio carioca: são as armas, jamais o aparato de segurança mantido pelo Estado e sob a supervisão superior dele governador.
Um gênio, o governador Witzel, que avança sem violar um termo que seja de sua lógica irrepreensível: não são quaisquer armas, dessas que a bandidagem compra da polícia por baixo dos panos. É coisa muito mais perigosa, diz o governador Witzel, preparando-se para disputar o Planalto com dois outros estadistas, Bolsonaro e Doria.
São armas que vêm de Paraguai, Bolívia e Colômbia – que o governador presume saibamos têm excepcional letalidade.
A solução, uma só e única. Melhor, duas em uma: fechar as fronteiras do Brasil com os três vizinhos que nos trazem armas. Ninguém pense que Wilson Witzel recomenda ação simplista, tosca, bisonha. Nada disso. O Brasil deve pedir à ONU uma força interventora, os Capacetes Azuis, para patrulhar e bloquear as fronteiras.
Não consta que o governador Witzel tenha dado a declaração sob efeito de álcool, maconha, cocaína ou mesmo ecstasy. Seus eleitores quando o elegeram, as elites que o toleram e a imprensa que não extrai o absurdo, a insensatez e a irresponsabilidade de quem fala isso são o que têm o cérebro poroso e vazio.
Esse tal vampiro tem sérios problemas de “tempo vago”, além de uma anemia cognitiva impressionante. O problema então NÃO é a marginália armada até os dentes com fuzis de guerra? Parece o “raciocínio” de uma toupeira “especialista” da Grobo News, que disse que a culpa de armas de guerra no RJ era da polícia, pois se a polícia estava armada, os bandidos se vêem obrigados a se armar mais e mais…
PS: “genocídio” foi usado como um exagero retórico para traduzir o massacre a que cidadãos comuns e policiais estão sujeitos no Hell de Janeiro….
A culpa é dos 30 milhões de desempregados e sub empregos e os 63 milhões de negativados e fora do consumo,ai meu caro a vida é curta e se não der de um jeito a violência campeá,até por que a terceira guerra mundial será de ricos contra pobres.
E então, vampiro, qual a providência para que armas, munições e drogas não cheguem aos traficantes ?
Assim como a Mafia nos EUA os traficantes obtiveram poder econômico e para manterem seus territórios, compraram armas. O gangsteres tinham metralhadoras Thompson e Browning e os nossos cordiais ( segundo o vampiro articulista) traficantes fuzis Colt ou kalashnikov (mais baratos e de mais fácil manutenção).
A Mafia americana, durante a vigência da lei seca, controlava boa parte imprensa, poder político e parte do judiciário. Leiam sobre o período (não vale ler só a Wikipédia.