de Ticiana Vasconcelos Silva
À noite, a noite
Noir, no ir, no ar
Nada mudará
Apenas a singela
Gravidade do olhar
Malícia ríspida
Carícia fictícia
Medo do ardor
A alma na lama
Fama e cobertor
Que desperta minúcias
De um lado sem cor
Soberbas, destreza
De um ato de pôr
Sal na madrugada
Língua de rancor
Vejo, escrevo
Lavas de tremor
De um vulcão gélido
Cuspe dum místico senhor
Estrelas me esperam
E nelas venero
A coragem do impor
Eloquência e sutilezas
No sacro dispor
De colmeias despidas
Que abrem feridas
E mostram a dor
Minha alma alada
Minha noite estrelada
Meu único amor