Do analista dos planaltos
O discurso pronunciado hoje por Jair Bolsonaro na ONU não resiste à primeira frase. Gaba-se o presidente de que tirou o Brasil da beira do socialismo. Das duas, uma: ou Bozonaro mentiu, criando um fantasma que nenhum brasileiro viu, ou acredita ele próprio que seu antecessor (Michel Temer, presidente, era ele e não a Dilma) era um socialista travestido de inquilino do Palácio do Planalto. Nunca se viu tamanho esforço pra reescrever a história como faz Bozonaro. É notável. Além de inverter os polos no golpe militar de 1964, o presidente de plantão já produziu uma série de revisões. A de hoje é apenas mais uma. Por acaso o Estado diminuiu de tamanho na gestão Bozonaro? Deixou de intervir na economia e na vida do cidadão, para mudar o curso do que seria uma jornada socialista? Não. Nada mudou em quase um ano de governo. Só o acesso às armas ficou mais fácil. E a polícia recebeu sinal verde para matar. Fora isso, melhor para com essa conversa mole de construir moinhos de vento para combates imaginários.
Será que Bozonaro acredita que estivéssemos mesmo à beira do socialismo? Será que acredita, como disse antes, que os nazistas eram de esquerda? Para o mundo que eu quero descer! Bota logo uma camisa de força nesse presidente, antes que ele troque um dia de sol por uma noite de trevas!
Glória a Deus que o Brasil é governado pelo Messias. Caso contrário já estaríamos vivendo o pesadelo comunista. Não podemos nos descuidar por um mísero segundo, ou seremos invadidos pelos vermelhos com suas idéias climatistas, globalistas, gayzistas e quilombolas! Sofremos muito durante os anos em que o molusco governou. Anos de tristes lembranças. De provações. De miséria e fome. De repressão e perseguições. Felizmente o Capitão nos salvou! Deus, Pátria e Família! Estamos no rumo certo!