Por Dirceu Pio
Ao leitor pouco mais distraído, não chamou a atenção a importância de uma já velha notícia que eu adicionei quase ao pé de um texto que publiquei no início desta semana sobre as fragilidades do jornalismo.
Nele, eu informava que o Grupo Globo, dono das emissoras de TV aberta que lideram a audiência no Brasil, dono da Globonews (TV por assinatura exclusiva de jornalismo), dono de jornais impressos no Rio de Janeiro, dono do jornal de Economia e Negócios Valor Econômico, dono da revista eletrônica Época, dono de vários outros canais de TV a cabo comprou, em 2017, uma participação minoritária na Órama Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM).
A distribuidora é responsável pelo site de Órama Investimentos, que distribui fundos e papéis de renda fixa.
E o que é ainda mais importante: o grupo Globo, que em 1990 se livrara da Seguradora Roma, por achar que a participação direta em mercado financeiro afetava a credibilidade das informações que produzia, justificou a compra da participação na Órama porque assim segue os passos de outros grupos de mídia internacionais, que vêm investindo em plataformas digitais como base da expansão de seu negócio de conteúdo, abrangendo áreas como inteligência de dados, serviços e classificados online.
VAI VENDO
Para melhor enxergar o mato em que nos encontramos é preciso observar também:
1. Já são hoje insondáveis os interesses econômico-financeiros do Grupo Folha de S. Paulo, pulverizados entre várias empresas, nem todas dedicadas a produzir informação. Certo mesmo é que uma das empresas do grupo, de meios de pagamento, a PagSeguro Digital, levantou em janeiro de 2018 nada menos de 2,7 bilhões de dólares num IPO realizado pela Bolsa de Nova York.
2. Seguindo a tendência mencionada pelo Grupo Globo, a Empiricus, consultoria de economia e finanças “independente” baseada em São Paulo, anunciou em março deste 2019, ter adquirido 50% do site Antagonista, de Diogo Mainardi e Mario Sabino.Em mensagem na própria página da consultoria, os sócios Caio Mesquita, Felipe Miranda e Rodolfo Amstalden informam ter sido ela a primeira anunciante do site, em janeiro de 2015, mas que, um ano depois, os cinco milhões de usuários únicos por mês e as 140 milhões de páginas visualizadas nos últimos 30 dias os obrigaram a refazer as contas: “Paramos de torcer, passamos a investir”, segundo informou o Portal do Jornalista.
Nele, eu informava que o Grupo Globo, dono das emissoras de TV aberta que lideram a audiência no Brasil, dono da Globonews (TV por assinatura exclusiva de jornalismo), dono de jornais impressos no Rio de Janeiro, dono do jornal de Economia e Negócios Valor Econômico, dono da revista eletrônica Época, dono de vários outros canais de TV a cabo comprou, em 2017, uma participação minoritária na Órama Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM).
A distribuidora é responsável pelo site de Órama Investimentos, que distribui fundos e papéis de renda fixa.
E o que é ainda mais importante: o grupo Globo, que em 1990 se livrara da Seguradora Roma, por achar que a participação direta em mercado financeiro afetava a credibilidade das informações que produzia, justificou a compra da participação na Órama porque assim segue os passos de outros grupos de mídia internacionais, que vêm investindo em plataformas digitais como base da expansão de seu negócio de conteúdo, abrangendo áreas como inteligência de dados, serviços e classificados online.
VAI VENDO
Para melhor enxergar o mato em que nos encontramos é preciso observar também:
1. Já são hoje insondáveis os interesses econômico-financeiros do Grupo Folha de S. Paulo, pulverizados entre várias empresas, nem todas dedicadas a produzir informação. Certo mesmo é que uma das empresas do grupo, de meios de pagamento, a PagSeguro Digital, levantou em janeiro de 2018 nada menos de 2,7 bilhões de dólares num IPO realizado pela Bolsa de Nova York.
2. Seguindo a tendência mencionada pelo Grupo Globo, a Empiricus, consultoria de economia e finanças “independente” baseada em São Paulo, anunciou em março deste 2019, ter adquirido 50% do site Antagonista, de Diogo Mainardi e Mario Sabino.Em mensagem na própria página da consultoria, os sócios Caio Mesquita, Felipe Miranda e Rodolfo Amstalden informam ter sido ela a primeira anunciante do site, em janeiro de 2015, mas que, um ano depois, os cinco milhões de usuários únicos por mês e as 140 milhões de páginas visualizadas nos últimos 30 dias os obrigaram a refazer as contas: “Paramos de torcer, passamos a investir”, segundo informou o Portal do Jornalista.
SÓ SOBRA UM CONFIÁVEL
3. Distante dessa promiscuidade com mercado financeiro, entre os grandões da mídia, está apenas o Grupo do Jornal Estado de São Paulo que ainda nos anos 1990 fez, com sucesso, o caminho inverso: ao invés de se associar ao mercado financeiro tornou-se provedor dele através da Agência Estado. A Agência comprou uma pequena provedora de informações em tempo real para mercado financeiro, a Boadcast, que de saída acabou com os boatos da sexta-feira: as mesas financeiras aprenderam rapidamente a importância de um provedor confiável.
É preciso observar também toda a perversão aplicada sobre a internet no período que veio após a Primavera Árabe, em 2011, quando os canais da rede mundial tiveram um papel importante na derrubada de regimes totalitários.
LIBERDADE PARA CRESCER E AGIR
O regime permissivo que passou a vigorar na formação, expansão e operações dos gigantes da internet explica quase tudo: era preciso matar a banda libertária da rede mundial e substituí-la por um processo de desinformação.
Para isso, entrou em vigor uma espécie de “vale-tudo” ou um verdadeiro império das fake-news, da fragmentação ad-infinitum da informação, da tecnologia da publicidade com capacidade de driblar qualquer tipo de vigilância, tudo controlado pelos algoritmos.
Nesse cenário de horror, a associação de provedores de informação a mercado financeiro é um modo de unir o útil ao agradável. Mercado financeiro não se dá bem com a normalidade, que paralisa os ativos financeiros.
E é preciso, portanto, usar a informação para produzir conflitos e é por isso que Sergio Moro arranje tanta briga com o presidente Bolsonaro. E vice-versa !
Quem consegue assobiar forte, por favor, chame os cachorros para me defender!