por Célio Heitor Guimarães
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu entrevista ao jornal argentino “Página 12” e chamou o ministro Sergio Moro de “canalha” e “mentiroso”.
Já disse aqui, mas faço questão de repetir: é surpreendente que ainda ouçam declarações do presidiário e a publiquem na primeira página dos jornais. Pior ainda: concedida a um jornal argentino, a “entrevista” foi repercutida por sites e portais brasileiros. Faz algum tempo que a imprensa nacional não é mais aquela. Além do que, o fato só teria importância se Lula tivesse mandado um beijo para o ministro Sergio Moro.
Para não se indispor com toda a magistratura, Lula tentou contemporizar: “Não é porque um juiz tenha sido um canalha que você deve julgar toda a Justiça por causa desse erro”. Esqueceu-se (ou fez de conta que havia esquecido), porém, que o seu recolhimento ao xadrez não foi ato exclusivo de Moro, mas também de três desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região e de quatro ministros do Superior Tribunal de Justiça. Quer dizer, o número de “canalhas” (assim definidos por ele) sobe de um para oito.
Em outro trecho da “entrevista”, o antigo Sapo Barbudo criticou a imprensa televisiva, em especial a TV Globo: “Entre as principais notícias televisivas do Brasil, segundo pesquisa feita por um professor da UFMG, em pouco mais de um ano, são 80 horas falando mal do Lula. E, ao mesmo tempo, tem mais de 100 horas transformando um juiz mentiroso em um herói” – afirmou.
Foi em frente: “Há dez anos, ela [a Globo] conta mentiras sobre mim. Há uma grande pressão da imprensa brasileira, especialmente da Globo, para que Lula não saia da prisão. Porque o grande problema da operação Lava Jato é que ela deixou de ser uma operação de investigação de corrupção e se tornou um partido político” – completou o velho petista, valendo-se de conclusões ditadas por seus defensores.
Num ponto Luiz Inácio tem razão: a imprensa já devia ter esquecido dele. Foi recolhido aos costumes pela conduta criminosa comprovada e deve ficar esquecido dentro e fora do xilindró. Mas o diabo é que o silêncio almejado por ele não é seguido pelo próprio.
Aliás, nem sei por que estou perdendo o meu tempo e o meu espaço com Lula. Ele já deu o que tinha que dar. Poderia ter sido o melhor presidente da República que o Brasil já teve. Tinha todas as condições para isso. Mas foi corrompido pelo poder e pelo desejo insano de perpetuar-se nele. A ânsia do poder lhe ofuscou a visão e tolheu-lhe o raciocínio. Fez mais: ele julgou-se inatingível. E deu no que deu.
Em um antigo texto, discorri sobre o poder, com algumas conclusões. Afora as tradicionais – que o poder cega, inebria e conspurca –, descobri que o excesso de exposição ao poder corrói a compostura do governante e embaralha a legalidade, a imoralidade e a falta de ética. Mais: o poder também obtusa as pessoas, torna-as insensíveis, insensatas, inábeis e burras, desgraçadamente.
Ao entregar o poder ao PT a população brasileira imaginou que podia esperar dias melhores e, sobretudo, a correção das inúmeras desigualdades e injustiças aqui existentes. Enganou-se redondamente. E é por isso que Lula e grande parte dos mandachuvas petistas são hóspedes dos calabouços nacionais ou passeiam sob o controle de tornozeleiras eletrônicas.
Espera-se que tudo isso sirva de exemplo para a tropa bolsonarista, atual inquilina do Palácio do Planalto.
Quanto às relações de Luiz Inácio com a Globo, hoje tão criticada por ele, vale lembrar um episódio narrado por César Benjamin, um dos construtores do PT, ex-integrante da direção nacional do partido e militante histórico. Depois de haver retornado do exílio, Cesinha chorou, como milhares de brasileiros, a derrota fraudulenta da eleição presidencial de 1989. E, entre seis mil militantes, protestou contra a edição do último debate entre Lula e Collor na porta da Rede Globo, no Rio. Em seguida, viajou para São Paulo o encontrou-se com o chefe. Teve com ele um diálogo curto, que jamais esqueceu. Ouviu textualmente do candidato derrotado:
– Sabe com quem jantei ontem, Cesinha? Com o Alberico [então diretor de jornalismo da Globo]. Derrubamos quatro litros de uísque. Eu disse que estava tudo certo entre nós. Não vou brigar com a Globo, né?
Quer dizer, enquanto a militância protestava na rua para defende-lo, apanhando da polícia, Lula “derrubava” quatro litros de uísque com a direção da emissora que o havia humilhado…
Aí, entende-se porque a Globo quer manter Lula na cadeia. Fora, ele dá à emissora um bruto prejuízo etílico. Quatro litros de uísque por refeição, não há quem aguente…
Traste, que mofe na prisão esse cretino
Que texto lúcido sobre o presidiário de Curitiba. Perfeito. Parabéns Sr Célio.
Célio parabéns pela crônica.
Um abraço Antoninho Loyola
Pois é,vamos falar de canalhas,como por exemplo um juiz e procurador que persegue a filha de um acusado,sem essa sem nunca ter sido para pressionar o Pai.
Canalha é aquele que aguenta palavras descriminatórias como nove dedo e “nine” como o Moro se expressava em off.
Chamaria de canalha depois de um julgamento com cartas marcadas com os desembargadores do TRF 4 e mais alguns do Supremo onde o rabo preso faz deles paladinos da lava -jato.
Até hoje não existe uma prova concreta contra o Lula,mas sim um monte de suposições,ele foi condenado por uma pá de justiceiros que até em redes sociais demonstravam seu desprezo e até raiva do acusado.
Eu acho sim o Moro um canalha,eu acho que grande parte dos procuradores da lava jato são canalhas por não respeitar uma esposa morta ,irmão e neto,Canalhas sim.
Silvestre, vai plantar batata!
São palavras exatas e pertinentes. Só em nosso país um criminoso lesa pátria concede entrevistas e recebe visitas com frequência. Esse canalha espertalhão e dissimulado não pode continuar abusando de nossa paciência. Até quando?
Eu tinha prometido a mim mesmo, não fazer nenhuma referencia a este tipo de texto… Vejam.. não contribui em nada, pois demonstra a ignorância de uma parte da nossa população…. A questão Lula é muita significativa para a nossa democracia…. Segundo os entendidos do assunto, o mesmo Não teve um julgamento…. ocorreu um processo politico de um juiz mancomunado como MP…. e as provas são frágeis….mas…fazer o que???? vem um ” colunista” e mais uns aloprados vociferarem sentimentos ruins… e isto….um debil e uns aloprados…simples….
Eu pouco posto algo nos blogs.
Neste do Zé Beto faço alguns comentário.
Agora vez ou outra até discordo do Célio, mas sempre de forma normal.
Já este Londrinense vem com este papo de zumbi para defenestrar o Serio Moro e elogiar o NINE FINGERS, , pois acho que “… plantar batatas….” é um elogio para uma cabeça distorcida .
Este cidad]ao deveria ser candidato a um cargo que fosse possível dentro de suas condições intelectuais, coisa difícil, massa mesmo ass9im com certeza acho qu8e nem o seu próprio voto teria.
Plantar batatas e como dizer pois é,ou vontade de não dizer nada,pois então que não diga.
Como tem idiota para achar que o Lula é vítima.
O IDIOTA MASTER é o Silvestre.
“O poder também obtusa as pessoas, torna-as insensíveis, insensatas, inábeis e burras, desgraçadamente.” E, acrescento eu, o mesmo se dá com alguém sem poder abusando da parcialidade acrítica ( pleonasmo ou redundância?).
Nem sei de quem se trata esse senhor Célio Heitor Guimarães, mas deve ser alguém muito amargo e cheio de ódio e no mínimo pertencente a classe social conhecida popularmente de nata, como pode fazer um texto tão hipócrita e nojento ou seja não relacionado a Lula o politico mas sim para falar do Lula ser humano, que não tem nada a ver com o que ele escreve. É muito ódio dentro de um único imbecil. E resumindo Moro é sim seletivo e os juízes de Porto Alegre seus cúmplices em suas bandidagens e tudo isso já está público, mas o ódio que cegou esse tipo de pessoa conforme o sr. do texto não os deixa ver a realidade conforme ela é.