Danço desde os tempos em que não ia aos bailinhos onde os Bee Gees reinavam. Medo. Meus fantasmas são companheiros inseparáveis. Não sei de onde vieram, talvez como presente de Natal dos pais, mas isso é desculpa de quem nunca olhou o outro. Se tocarem uma ‘daquelas’ dos Stones, saracoteio sozinho no círculo central do Maracanã lotado. Aquele medo foi embora quando criei coragem olhar pra dentro, mas os bichos continuam. Assim caminha a desumanidade. Um não é sempre lembrado pela voz interna, aquele outro que conversa com a gente e reverbera da maneira que bem entende o que também vem de fora. Oitenta anos depois e o que toma conta é igual. Bee Gees, primeira fase, todas as menininhas do colégio esperando a mão estendida para os corpos colados. Isso, lá no longe, meus amigos foram, eu fiquei, remoendo tudo e achando que viver é um tormento que não vale a pena. Hoje falo com pessoas com a mesma paúra, mas logo explico que pareço mas não sou. O máximo é que entendo um pouco, mas dói, igual – e passa porque um dia surgiu Nelson Ned e seu famoso sucesso. Nada ficará, entendem?