As coisas materiais
São como o mel das abelhas
As teias das aranhas
As artimanhas do infinito
Para agradar os iludidos
Com as limitações perdidas
Na ideia que não permite
Se libertar da meta
Ir para onde?
Se estamos consagrados
A ousar calar nossas loucuras
E esconder o que não se pode entender
Pela razão
Olhar horizontes
É entender o princípio
A entrega da luz ao amor
Amar se aprende no sangue
E também no instante da despedida
Porque soltar é o ato mais belo
Do amor
Liberdade é palavra de ordem
Porque Deus assim me ensinou
E a sorte me acompanhou
Por todos os caminhos
A eternidade é uma constância
Sem nenhuma distância
Se a matemática não nos leva a ela
Busque-a na finitude das coisas que se vão
Eterno retorno, porque a perfeição
É mesmo ser correto na memória
Libélulas ao ar
E eu sem par, sem asas, sem direção
Todos pensam que amam
Mas a rosa áurea
Foi predestinada à canção
Ouvir, sentir, viver, renascer
O mistério não é nada sério
É a presença da repetição
Vim, vi, venci
Mas me perdi na oração
A que sempre me salvou
Da dor, da depressão
Acordei pelo susto
E vi que sou
Guia da minha vida
Porque se eu a recebi por graça
Peço que seja a lua na escuridão