de Roberto Prado
quieto, silêncio, as grades têm ouvidos
não faça, nada, nem o barulho do ruído
deus, dizem, apenas com o bem querer
me deixa inteiro, detona o pelotão
cai um decreto do governador
sete segundos antes da execução
os gás que vaze e alimente o coração
elétrica onda, campo de compaixão
o machado desaparece na ascensão
o pescoço vibra, a corda vai pro caixão
veneno, depende da hora, até que é bom
nada mal, também, faltar munição
mas, porém, todos esses métodos falhando
tem cara por aí que andou ressuscitando
volte, silêncio, passos lentos no corredor
talvez seja apenas um novo estoque de perdão
ah! era você, silêncio? pode voltar a si
– o amor nunca mais vai sair daqui