Do site Poder 360
O jornalista Leandro Demori, do Intercept Brasil, afirmou na sexta-feira (28) que o site decidirá “caso a caso” se divulga ou não conversas de jornalistas com integrantes da força-tarefa da Lava Jato. Os diálogos estão dentro do lote de arquivos vazados ao veículo, que iniciou uma série de reportagens sobre a relação entre o Ministério Público e o então juiz da Lava Jato Sergio Moro.
Leandro Demori deu a declaração durante o painel “Vaza Jato: jornalismo de impacto e colaborativo”, realizado no 14º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji. Também participaram da mesa os jornalistas Fernando Rodrigues, diretor do Poder360, e André Shalders, da BBC Brasil.
Fernando Rodrigues perguntou como se daria a divulgação de conversas entre os profissionais de mídia e a Lava Jato, já que o direito ao sigilo da fonte é garantido pela Constituição Federal.
O jornalista do Intercept respondeu que o veículo “vai analisar caso a caso”. Se a divulgação colocar em risco o sigilo da fonte, o assunto será colocado na “balança”. “E quando ficar implícito que a autoridade poderia estar cometendo 1 crime, por divulgar documento sob sigilo? Nesse caso a conversa será divulgada?” Demori não respondeu qual seria o procedimento.
“A principal preocupação é a proteção de fonte, sigilo de fonte. Eu diria que tem duas coisas que são diferentes. Existe conversa de repórter com fonte. E pode existir, eventualmente, talvez, uma relação institucional da Lava Jato com a imprensa”, declarou Demori.
“Então são coisas diferentes e essas coisas serão tratadas com a justiça que elas precisam”, finalizou.
DIVULGAÇÃO A ‘CONTA-GOTA’
Demori disse que a equipe trabalhou “com o material de 3 a 4 semanas antes da publicação”, ou seja, desde meados de maio. Divulgaram a 1ª reportagem da série em 9 de junho.
Questionado sobre o motivo pelo qual o Intercept tem publicado as reportagens sem ter analisado todo o conteúdo, Demori afirma que foram 2 os motivos:
“Primeiro que a gente é 1 veículo pequeno, independente, que nunca fez parcerias deste tipo. E a gente queria e achava importante o Intercept fazer aquilo. Queríamos que fosse nosso. Queria que o chute inicial fosse nosso”, explicou.
Sobre não ter esperado para divulgar todo o material junto, como foi feito no Panama Papers, Demori explicou:
“Quando você olha o material e imagina que exista ali indícios jornalísticos muito fortes de que pessoas estão presas injustamente e que ilegalidades estão sendo cometidas neste momento, você não senta por 1 ano em cima do material enquanto alguém estava comendo quentinha na cadeia”, disse, referindo-se de maneira indireta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O debate sobre a estratégia de divulgar em partes o conteúdo dos vazamento pode ser visto no vídeo abaixo a partir do minuto 6 minutos e 40 segundos.
O jornalista Fernando Rodrigues ainda questionou o fato de o Intercept não ter lido, ouvido e analisado todos os diálogos: “E se no resto do material não lido houvesse algo que se contrapusesse a tudo isso e provasse até que o que foi divulgado não estava correto?”
Demori respondeu: “Não são coisas excludentes. Não ler o material completo não significa que não esgotamos esse assunto específico”, explicou.
Rodrigues insistiu: “Mas tem algum trecho que não foi lido?”
Demori respondeu: “Até agora é possível que tenha…”
Rodrigues retrucou: “Como você sabe que não tem nada lá?”
Demori afirmou: “Porque a gente esgotou a busca por palavras-chaves, datas, personagens…”
Segundo Demori, há ainda muitos áudios e imagens que não foram totalmente analisados. Não ficou claro como seria possível saber se esses trechos teriam ou não alguma informação complementar ao que já foi divulgado.
Mas vai editar também antes de publicar?
Do jeito que vai ainda vai acabar aumentando a pena do lula…
José: é claro que tem que editar antes de publicar, porque senão apareceriam mensagens dos conge(s!?) com a conja(s?!). Já imaginou o escândalo que isso ia dar?
Francisco, se editar não vale como prova…simples assim.
E eles estão editando e publicando só o que lhes convém, que tal se publicassem tudo, sem “filtros”?