Suspender o aumento da tarifa de água aos 45 minutos do segundo tempo, depois que o Tribunal de Contas avisou que tal reajuste era uma “aberração” – e ontem convocou a imprensa para informar que decisão faria caso não recebesse as explicações da empresa, é estranho. Até o aviso do TC, a Sanepar não tinha se manifestado a respeito das irregularidades encontradas pela Segunda Inspetoria de Controle Externo e informadas através da medida cautelar do dia 6 de maio. Assim, fica parecendo que a diretoria da empresa não conseguiu explicar o inexplicável. Mas não é bem assim. Sabe-se que ainda durante a campanha os candidatos ao governo foram agraciados com uma ideia de um sócio do banco XP, incorporado pelo Itaú, para que o reajuste, que tinha sido parcelado ainda pelo governo de Beto Richa em oito parcelas, deveria ser aplicado de uma só vez, pois seria melhor assimilado por quem a conta depois, ao longo do tempo, após receber a traulitada no bolso. Quem ganhou a eleição e escolheu o presidente da Sanepar gostou da ideia, tanto que o executivo falou a respeito disso em palestra, ‘vendendo o peixe’ que foi apresentado na corrida eleitoral. Acontece que o aumento anunciado agora não era o total “represado”, como combina, já que o assunto é água. Deu no que deu. Imaginem se fossem os 22%? Daria inundação.