Da FSP
Lava Jato prende executivos de banco suspeitos de atuar em lavagem com a Odebrecht
A Operação Lava Jato deflagrou na manhã desta quarta-feira (8) uma nova fase, na qual foram presos executivos do Banco Paulista, sob acusação de facilitar a lavagem de dinheiro de propina que era distribuído pela Odebrecht.
Nesta etapa, a 61ª, os alvos dos mandados de prisão são três executivos do Banco Paulista: Paulo Cesar Haenel Pereira Barreto, Tarcísio Rodrigues Joaquim e Gerson Luiz Mendes de Brito. Também são executados 41 mandados de busca e apreensão em sedes de empresas que tiveram transações com o banco.
Os mandados são cumpridos nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Segundo a PF, é a primeira vez que a Lava Jato cumpre operações de busca na sede de bancos.
De acordo com o Ministério Público Federal no Paraná, responsável pela Lava Jato, investigações revelaram que ao menos R$ 48 milhões repassados pela empreiteira no exterior a seis executivos acusados de corrupção foram lavados entre 2009 e 2015 por meio de contratos falsos com o Banco Paulista.
Outros repasses suspeitos a empresas aparentemente sem estrutura, na ordem de R$ 280 milhões, também são analisados, segundo o MPF.
A investigação apontou que a Odebrecht mantinha diversas contas bancárias no Meinl Bank, com sede em Antígua e Barbuda, no Caribe, que eram usadas para movimentar dinheiro de forma ilícita.
Segundo os investigadores, a Odebrecht enviava o dinheiro para propina ao exterior, para contas operadas por doleiros. Em seguida, esses doleiros faziam depósitos no Banco Paulista das mesmas quantias.
Na sequência, a entidade realizava pagamentos em reais a empresas de fachada, por serviços que nunca foram realizados. A maioria dessas empresas era registrada como consultorias financeiras.
Segundo o MPF, a Receita Federal do Brasil apurou que 99% do faturamento dessas empresas, que não possuíam funcionários, vinha de transferências do Banco Paulista.
“A omissão da instituição financeira na prevenção à lavagem de dinheiro e na comunicação de operações suspeitas, em si, já se revela bastante crítica. Contudo, o que a Lava Jato investiga é algo mais grave: a atuação criminosa de três altos executivos do Banco Paulista para a lavagem de pelo menos R$ 48 milhões. Estamos falando de dinheiro que veio do setor de propinas da Odebrecht e que foi lavado por meio de contratos falsos do próprio banco”, disse em nota Roberson Pozzobon, procurador da República.
A 61ª fase da Lava Jato foi nomeada Disfarces de Mamom, em referência à passagem bíblica que diz que ninguém pode servir a dois senhores.
Banco Paulista,me lembra muito o Banco Garantia de uns picaretas que ficaram bilionários.