15:37Azul e vermelho

De Rogério Distéfano, no blog O Insulto Diário

JANTAR DE GENTE FINAaqueles que ficam entre os quatro primeiros da série A da vida. Estava lá de convidado, expoente da faixa do rebaixamento, entrando na série C, mercê da amizade e com o dever de animar o público. Comida excelente e um generoso Johnny Walker azul, tão delicioso quanto gratuito.

Conversa no padrão neutro, nada de política, futebol e música. Numa ponta da mesa a anfitriã, na outra este palhaço das perdidas ilusões, ambos a zelar para que os que sentavam à esquerda não atacassem os que sentavam à direita e o vice-versa indispensável.

A mesa replicava a assembleia da revolução francesa e a da revolução bolsoignara. Sob controle até que alguém do lado esquerdo aponta leves absurdos, mas sempre absurdos, do Capitão. Olhares trocados nas cabeceiras, incêndio à vista, pode pegar fogo.

O mais à direita da direita repica, bravo e retumbante: Bolsonaro não precisa fazer nada, já fez tudo, derrotou Lula. Não tinha pistão para tirar surdina. Tinha o garçom para oferecer o Johnny Walker, desta vez vermelho. Naquela hora tinha que ser do vermelho. Que nesta terra a vida está um porre.

Uma ideia sobre “Azul e vermelho

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.