Dirceu Krüger
O Flecha Loira voou para o lugar onde ficam apenas os especiais. A notícia inesperada da morte de Dirceu Krüger dói na alma. O ídolo que nunca vi jogar. Foi assim que coloquei como título uma singela homenagem que fiz ao craque, ao ser humano especial, num texto de jornal que ele recortou e emoldurou, para minha surpresa. Na última foto que recebi dele, segurando a taça que tem seu nome e foi parar no museu do Atlético Paranaense, comentei sobre sua aparência, saudável, e o imaginei mais duradouro do que a estátua que está ali no estádio Couto Pereira, a casa do Coritiba – e dele, onde viveu mais de 50 dos seus 74 anos de idade. Ah, Krüger, que falta você vai fazer neste mundão adoidado, onde os valores da sinceridade, da honestidade e da humildade são cada vez mais raros. Nunca vi você jogar, mas sabia ter sido um dos grandes, um privilegiado por ter nascido com o talento que desenvolveu – e, mais que tudo, o resumo do amor a um time, este a quem sempre foi fiel, este Coritiba a quem se dedicou mesmo depois de quase ter morrido em campo, jogando. Em todas as vezes que nos encontramos, seja no estádio, a trabalho, ou fora dele, você me passou sabedoria, às vezes sem dizer uma palavra. E quando dirimia alguma dúvida, fazia com a simplicidade dos sábios, os que entendem a vida, os que a enxergam como uma caminhada de aprendizado. Tinha a paciência do ourives que foi – e olhava o mundo do futebol pelo ângulo dos que sabem valorizar o que importa. A bola, para ele, era um ser vivo, como disse o poeta João Cabral – e ele a tratou com o carinho que merecia. Dentro de campo, jogando, “conversando”, sendo respeitado por ela, e fora dele, como na cena inesquecível presenciada e jamais esquecida: em meio a cabeças de bagres cheios de pose, gente com salário nunca sonhado pelo eterno funcionário do clube – e ele recolhendo as bolas depois do treino, para guardá-las no vestiário onde reinou. Um amigo, coxa branca, escreveu há pouco que o Coritiba perdeu a única coisa boa que conseguiu preservar em mais de um século de existência. Verdade. Adeus, amigo. Saiba que você iluminou o caminho daqueles que tiveram a honra de te conhecer.
…e o destino quis que o último evento por ele figurado foi o da entrega da taça de campeão estadual ao rival Atlético (sem agá, revisão). O que fez com dignidade e diplomacia. Deus gosta de você e sua entrada no reino Dele, será aplaudida pela torcida dos querubins, dos serafins, dos anjos e dos arcanjos, muitos vestindo azul e branco, outros, vermelho e preto. Homenagem dum atleticano!
Craque e excelente caráter dentro e fora do campo. Faz parte do time dos grandes do futebol.
Um texto escrito com a alma sobre um craque que também punha a alma ao pisar o gramado.
grande abraço.
Zé, tive a honra de compartilhar tua homenagem em todos os grupos dos quais participo. Também postei em meus perfis no Facebook e no Twitter:
Do Zé Beto, Atleticano empedernido, uma bela homenagem ao Flecha Loira:
http://www.zebeto.com.br/2019/04/25/dirceu-kruger-adeus/
Respect! Um dos grandes do futebol. Pena eu nunca ter visto jogar, porem escutei muitas historias. Uma lenda. Dia triste.