Dirceu Krüger e a taça que leva o seu nome – Foto de Amauri Escudero
A taça que o Atlético Paranaense ganhou ontem à noite na disputa com o Coritiba vai ser muito especial na sala de troféus do clube. O título do bicampeonato, se acontecer, no confronto com o Toledo, será comemorado, sim, mas a posse do troféu do segundo turno é um daqueles fatos que só o gênio de Nelson Rodrigues, ou de Mario Filho, irmão dele, poderia descrever. Olhem a foto acima. Faltava meia hora para começar o jogo e, ao pé da escada, Dirceu Krüger, o homem e o troféu, estavam ali à beira da escada que leva ao gramado sintético do estádio Joaquim Américo. O dourado do metal, para quem não sabe, lembra outro, mais nobre – o ouro que este senhor conhece tanto, pois ourives de profissão no passado, antes de se transformar em lenda viva. O mais coxa-branca dos coxas-brancas, craque de encher os olhos de quem o viu atuar com a camisa do Coritiba, e também rezar quando um choque com um goleiro dentro de campo quase tirou sua vida e encerrou sua carreira. Como um milagre para os escolhidos de Deus, ele voltou a jogar e caminhar para construir uma história fantástica. Meio século como funcionário do clube do Alto da Glória. Treinador, orientador, mestre na sabedoria simples dos que conversam com a bola e agradecem a amizade. Perguntem a ele, que viu entrar e sair uma multidão de jogadores no seu time do coração, que acompanha a evolução do futebol no tempo, se Pelé, a quem enfrentou, conseguiria jogar hoje, coisa que muita gente duvida. “Jogaria de costas”, responde. Krüger sabe o que é o futebol dentro e fora de campo. Talvez por isso sua humildade ganhou dimensões pouco encontradas hoje nesse meio. Ver um ídolo como ele entrar em campo, depois de um treino, para recolher as bolas num saco que levou nas costas para o vestiário nas costas, é uma cena que dá a dimensão da essência do craque imortalizado numa estátua ao lado do estádio Couto Pereira. Claro que Krüger gostaria de entregar o troféu com seu nome para o capitão do Coritiba. Mas o passou e parabenizou o eterno rival. O fato de ele ficar para sempre na sede do Atlético é, na verdade, uma grande homenagem e tanto a um jogador que merece a reverência de todos que sabem distinguir a preferência clubística do amor e dedicação pelo esporte mais que representados pelo eterno Dirceu Krüger, que hoje completa 74 anos bem vividos.
Hoje, 11/04, Krüger completa 74 anos.
No nosso Brasil está faltando muitos Krüger, por essa falta é que o nosso futebol está cada vez pior.
Baita amigo Amaury Scudero. Bonito e oportuno o seu comentário. Abração. Kruger é ídolo não só do glorioso Coritiba Futebol Clube. É ídolo do futebol paranaense. Palavras de atleticano desde 1960.