No jornal El País, a manchete:
“Bárbara Gancia: “O problema do alcoolismo é que você só para quando já está no fundo do poço”.
A ‘gravata’:
Abstêmia há mais de dez anos, jornalista dá palestras sobre alcoolismo, lança livro sobre o tema e tenta mostrar que “dá para ser feliz sem beber”.
Errado um e outro. Primeiro: a quantidade de pessoas que para de beber quando estão no fundo do poço é bem menor do que as não conseguem, com tratamento ou não. Estas morrem antes, ou, pior matam, principalmente no trânsito. Segundo: os sobreviventes, como Bárbara e o signatário, sabem que a felicidade independe da bebida e que, no caso dos alcoólatras, ela ganha uma dimensão difícil até de explicar, porque podemos comparar a vida em sobriedade com as nos tempos da ativa, como chamamos. Mais: o dependente do álcool ou qualquer outra droga que está em abstinência sabe que tem uma doença incurável, mas controlável. A falta de informação sobre isso produz manchetes como a do El País.