por Dirceu Pio
O casal que desencadeou a Lava Jato – o empresário gaúcho Hermes Freitas Magnus, de 54 anos, e a jornalista paranaense Maria Theodora, de 61 anos – vive hoje fora do Brasil um tanto desprotegido e sob estado permanente de tensão. Persistem as ameaças de morte vindas da “Máfia Brasileira”, também infiltrada no exterior, segundo alerta a Corte de Imigração do país onde vivem na condição de refugiados.
Ambos são sócios da Dunel Ind. & Comercio, uma criativa e próspera indústria do setor eletroeletrônico, com grande potencial de crescimento, instalada em Londrina (PR), seis anos depois de ter nascido no município de Penha, no litoral catarinense. Hoje, a empresa encontra-se desativada.
UMA VIA SACRA
Tem sido um caminho difícil desde 2008 quando Hermes Magnus, apoiado pela sócia, decidiu denunciar os “movimentos estranhos” às voltas na empresa Dunel, em Londrina, sob o comando então da empresa investidora CSA Project & Finance.
As denúncias começaram anônimas e depois assumidas a diversos órgãos da justiça. Como nada resultava em ações efetivas, encaminharam o caso para o até então pouco conhecido juiz Sergio Moro, em Curitiba.
Não havia mais esperanças de que as denúncias seriam investigadas e levadas a sério, quando, já em 2014, viram pela televisão o lançamento da Operação Lava Jato. Logo em seguida, confirmaram que o Ministério Público estivera todo o tempo investigando o caso e naquele ano ofereceu denúncia à Justiça Federal arrolando como vítimas Hermes Magnus e Maria Theodora, em nome da Dunel, bem como a Petrobras.
O deputado José Janene (falecido em 2010) e seu sócio na CSA Project & Finance, o doleiro Alberto Youssef, usaram a Dunel para lavar dinheiro rapinado de várias fontes, principalmente da Petrobras.
DUNEL VIRA LAVANDERIA
Graças a Hermes Magnus, portanto, a justiça brasileira conseguiu reunir provas concretas e contundentes contra Youssef e vários executivos da Petrobras, entre os quais o ex-diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, o primeiro delator da Lava Jato.
Escancaradas as denúncias que desencadearam ameaças, teve início a via sacra do casal de denunciantes. A primeira dificuldade foi encontrar um País que os acolhessem como refugiados. As várias chancelarias consultadas exibiam sempre uma informação “obtida de uma anônima fonte do governo brasileiro” de que o casal não corria nenhum risco em permanecer no Brasil..
Hermes Magnus teve de entrar em campo para “implorar” do Ministério Público um documento que atestasse ameaças e riscos…
A muito custo, em janeiro de 2015, conseguiu uma carta do procurador regional da República, Januário Paludo, que reza em suas mais de 50 linhas: “…DECLARO, outrossim, que os fatos noticiados e os depoimentos prestados por HERMES MAGNUS foram essenciais para o desencadeamento de uma das maiores operações de investigação e persecução de lavagem de dinheiro e crime organizado em curso no Brasil, denominada “Lava Jato”. Finalmente, REGISTRO a corajosa e admirável postura de HERMES MAGNUS em trazer os fatos ao conhecimento das autoridades incumbidas da persecução criminal, a despeito de eventuais riscos econômicos e pessoais, merecedora do mais profundo respeito e admiração do signatário”…
CALVÁRIO PERSISTE
A carta atenuou as barreiras externas, mas não serviu para amenizar os demais pesadelos.
Capitaneados pelo execrável Diário do Centro do Mundo, sites ligados ao PT faziam – e ainda fazem – campanha para desmoralizar o denunciante; as instalações onde a Dunel iniciou, na pacata Penha (SC), foram destruídas por um incêndio que tem tudo para ser criminoso pois as instalações elétricas do prédio estavam desligadas…
Enquanto a Lava Jato recuperava bilhões e bilhões do dinheiro rapinado da Petrobras, a Justiça, inexplicavelmente, pagou apenas uma parte da indenização sentenciada: “Neste momento, o que mais precisamos é que a parcela restante do valor indenizatório no crime seja paga, conforme os cálculos da justiça do Paraná. Com a primeira parte, não conseguimos pagar todas as nossas dívidas relacionadas à empresa e a nossa sobrevivência no exterior”, diz-me Maria Theodora, com quem converso pelo facebook sem ao menos saber o País onde o casal vive atualmente…
JOICE HASSELMANN, TRISTE PAPEL
Por último vem a atitude, não menos execrável, da hoje deputada Joice Hasselmann: em seu livro “Delatores – A Ascensão e Queda dos Investigadores da Lava Jato”, ela classifica Hermes Magnus como delator, condição simplesmente humilhante para um cidadão que teve o destemor de denunciar a corrupção, mesmo sabendo que poderia receber em troca só ameaças e perseguição…
“O Magnus procurou a Joice para tentar desfazer o equívoco mas ela o ignorou olímpica e arrogantemente… não havia outra saída a não ser processá-la” – escreveu-me Maria Theodora ao acrescentar que o livro foi escrito pelo ghost-writer Pedro Zabarda com estreitas ligações com o Diário do Centro do Mundo e – pasmem ! – com o Zé Dirceu !
Depois de todo essa calvário, vocês se arrependem de terem denunciado tanta gente influente ? – pergunto à Maria Theodora que me responde in-box, pelo Messenger:
– Só nos arrependemos de um dia termos nos mudado para Londrina onde fomos nos amarrar nas pernas do Janene…da denúncia, jamais ! Por maior que seja o sofrimento, faríamos tudo de novo…
Quando o Pio fala em bilhões,para ser exato todo esse furdúncio foi recuperado 3.7 bilhões de reais que uns e outros forjaram uma multa e iam rapinar 2.5 bilhões.
Quanto ao desconhecido Moro,Ora Pio ,ele já era alma gemeá do Moro,seu delator preferido para depois fazer a canalhice que fizeram com o Lula.
E pelo que eu saiba,o Yossef tá gozando de boa saúde ,fisica e financeira e quem sabe vai de novo operar para as Milicias e a turma do Bozo.
O Brasil será eternamente grato a Hermes Magnus e Maria Theodora que, mesmo sem saber o tamanho monstruoso da corrupção que estavam denunciando ao entregar os canalhas que “sequestraram” sua empresa, salvaram o Brasil pois foi o começo do fim da maior quadrilha de assaltantes do povo brasileiro que já se teve notícia na história do mundo. Lula, o chefe da quadrilha tem que pegar prisão perpétua por destruir um país do tamanho do Brasil.
Youssef o doleiro amigo de Sérgio Moro , o mesmo do caso Banestado , livre , leve e solto!!! A corja da lava-jato que destruiu as maiores empresas nacionais a mando dos Morte Americanos está ruindo.
Há um ato falho no texto, “Delatores – A Ascensão e Queda dos Investigadores da Lava Jato”. Na verdade não é “investigadores”, mas “investigados”. Do jeito que está parece um livro que descreve as falcatruas dos procuradores vide vaza a jato. Outra coisa: Pedro Zabarda? Ou Pedro Zambarda Araújo, ligado ao DCM? São pessoas diferentes ou se trata de erro do nome?