De Rogério Distéfano, no blog O Insulto Diário
Os analistas começam a se debruçar sobre a derrota da Lava Jato, ontem no Supremo. A apertada maioria de um voto – 6 a 5 – não ameniza, pois a maioria define o resultado, ainda que mostre, ainda uma vez, um tribunal dividido. Dividido como o país, desde que a Lava Jato começou a operar.
A decisão por maioria estreita não desmerece a decisão. Dois votos deixaram evidente a clivagem do tribunal, as posições políticas de um e outro lados: o ministro Gilmar Mendes, agressivo, contundente, verteu o rancor de quem tem sido acusado de protetor de corruptos no tribunal.
Do outro lado, o ministro Luís Barroso, acentuou o lado pragmático de priorizar o combate à corrupção ao sentido estrito da fixação da competência da justiça eleitoral. Taxativo e incisivo, Barroso foi engolido pelo voto seguinte, de Gilmar, que vertia bile e indignação.
Por maior a simpatia cívica que mereça a Lava Jato, não há como negar o acerto da decisão. Se existe justiça eleitoral para os casos indicados pelo Supremo, que fiquem na justiça eleitoral. Mas houve uma derrota, unânime, a do Brasil.
Se Gilmar Mendes dissesse o que disse numa reunião de grêmio estudantil anos 60-70, a turma sairia com ele no braço.