De Rogério Distéfano, no blogO Insulto Diário (http://www.oinsultodiario.com/ )
Imaturidade, vaidade, arrogância, ilusão de onipotência, senso de superioridade moral dos procuradores e dos juízes da Lava Jato – com a notável exceção de Luiz Porat, que substituiu Sergio Moro. São as impressões que advêm depois do desenlace de ontem, no Supremo.
O juiz Sergio Moro esticou a corda o mais que pôde no julgamento de Lula. E a deixou esgarçada no limite ao divulgar o depoimento do ex-presidente às vésperas do segundo turno. Isso, mais o atentado de Adélio Bispo, foram fatores exponenciais na eleição de Jair Bolsonaro.
Ao assumir o ministério Bolsonaro, Moro deixou um ressaibo de ação utilitária na condução da Lava Jato – utilitária não no sentido de violar seu múnus, mas de tirar proveito dela, uma vez concluída, sem dissipar o benefício que deu à eleição de Bolsonaro.
Os procuradores, na eminência cardinalícia de Deltan Dallagnol: o badalado powerpoint. De tão pretensioso e explosivo por pouco não desacreditou a operação. Vieram depois situações até infantis, como se dirigir a Lula como “senhor Luiz Inácio” durante audiência.
A corda esgarçou mais fios com a fundação para gerir R$ 2,5 bilhões arrecadados de corruptos. Ali o senso de onipotência começa a sair dos delicados limites. O senso da realidade e das medidas já se fora. Uma aura de Sergio Moro esvoaçava entre os procuradores.
Deltan Dallagnol, um brilhante e marcante aluno de direito constitucional orçamentário, criou o anátema que repeliria em qualquer outra situação: a procuradoria regional a se sobrepor à procuradora geral, ao poder legislativo e ao executivo para criar fundação.
O precedente poderia gerar mimetismos pelo Brasil: fundações para gerir propinas recuperadas em todos os estados com regionais da Procuradoria da República. Vem a seguir o inimaginável nas cabeças de advogados e procuradores, que são advogados de outra trincheira.
Refiro o ataque frontal ao Supremo Tribunal Federal e ao Superior Tribunal de Justiça: a suspeição dos ministros Gilmar Mendes e Otávio Noronha e a denúncia do risco à subsistência da Lava Jato. Profissionais do direito só atacam juiz desse modo em extremo desespero de causa.
Não era o caso nem a causa. Advogados e procuradores sabem que quando se ataca uma instituição, o espírito corporativo ativa a solidariedade entre os membros que no dia anterior se odiavam e continuarão a se odiar no dia seguinte.
As esquerdas, nelas o petismo em particular, abominam o germe que levou à exacerbação da Lava Jato: o protagonismo, o ímpeto de resolver fora de hora, fora dos padrões, fora das regras, os assuntos de sua área, com a nota personalista, até exibicionista.
Ainda que sob o apanágio das melhores intenções, o protagonismo foi repelido. O protagonismo de juízes – Sergio Moro principalmente – e dos procuradores – Dallagnol por todos – em não pequena dose está no leitmotiv no desenlace de ontem.
Tantos adjetivos, com um portugues de primeira qualidade, fato somente atribuido a personalidades que marcam.
Aqui há uma distorção na leitura, adicionada na escrita, onde o autor dtado de inteliência acima dos demais mortais, escreve de maneira que tenhamos que ter ao lado , além de um dicionário e de qualidade, um professor, para interpretar o texto e esclarecer as dúvidas.
Neste ritmo, fica difícil para saber o quê o autor efetivamente quer dizer, pois nós simples mortais não somos dotados da” inteligência”. Diante deste fato, lembrei o que dizia um grande mestre, engenheiro que trabalhei durante anos. ” o …. (fulano) pode ser culto, mas é ignorante ao tentar explicar o que ele pensa que todos devam saber e desta feita inclui diversas palavras bonitas e assim joga poeira nos olhos e rolha os ouvidos de uma parcela da população”. Assim há vários que que começam deixar de ler certos artigos rebuscados e que demonstram as palpitações ideologicamente severa pelo “rebuscado” palavreado de “intelectuais” da antiga Confeitaria Cometa.
Fácil Juca: uma vez requião, senpre requião. O escriba em questão é chegado num autoritarismo. Principalmente se for a favor dos amigos dele.
E a propósito, o mdb velho de guerra está felicíssimo com a decisão de ontem. Em breve Cunha, Cabral e outros estarão por aí leves e soltos, afinal ficou fácil basta dizer que foi caixa 2 de campanha…
O insulto diário do Rogério aos cidadãos de bem.
De repente, surgiu no Brasil (eita que rimou) a figura do cientista político. E o Rogério Distéfano é um. E estrelado.
Brilhante análise!