Nas duas fotos me vi – sem estar lá. Mais de meio século depois de a luz sensibilizar os fotogramas. Registraram para sempre parentes próximos, mas não foi isso que olhei. Duas casas de periferia. Ruas de terra, poeira e lama – e elas! As varandas, pequenos espaços com colunas que protegiam as portas principais, as da entrada, mas sempre foram o lugar para a contemplação de um pedaço de universo que parecia protegido das maldades do mundo. Olho agora – e sinto tudo. Há plantas, flores, cachorros latindo na rua, o vendedor de doces, o afiador de facas, a bruxa ranheta, a turma unida nas aventuras dos terrenos baldios, o mato, a bola, o pião, a bolinha de gude, as figurinhas, radio-vitrola tocando, o cinema e a tela mágica, sino da igreja, poço, banho gelado, coração na garganta pela vizinha adulta e bonita, tesão pela mulher gorda. Posso apagar tudo num clique. Impossível. Sou isso – e protejo o que ganhei naqueles espaços de vida.
Olhei bem a carinha do menino de 17 anos que matou os colegas e não consegui ver nele um assassino,mas vi isso na sua mãe com muitas lagrimas minhas.
PERFEITO, ME VI MOLEQUE NOS ANOS 60 , MAS NUNCA TIVE TESÃO PELA MULHER GORDA.
CADÊ O ZÉ BETO ???????
SONHA ZÉ ;
DREAM REMEMBER IS LIVING, IT’S OUR TIME MACHINE !