por Reinaldo Figueiredo
Homenagem a um ilustre contemporâneo do general Alfredo Stroessner
Na segunda-feira, acordei com vontade de homenagear o general Alfredo Stroessner, o sanguinário ditador paraguaio. Porém, depois de pensar um pouco no assunto, dei uma fraquejada e recuei. Achei melhor homenagear outra figura, também nascida no início do século passado.
Fui para a rua e vi que estava passando o Antipatia é Quase Ódio, um novo bloco que surgiu aqui no bairro. Quando os músicos fizeram uma pausa para descansar, pedi licença, subi no carro de som e disse que ia fazer um pequeno discurso.
O pessoal do bloco concordou e eu soltei o verbo: “Folionas e foliões! Isto que vocês acabaram de cantar é uma composição de um grande homem! Um homem que não era um estadista, mas era um homem de visão! E de audição também! Ele era caricaturista, um dos maiores do Brasil, e também compositor.
Quando chega esta época do ano, é impossível não lembrar seu nome: Antônio Nássara! Em parceria com Haroldo Lobo, ele foi autor de um dos maiores sucessos do Carnaval em todos os tempos, a famosa marchinha “Alá-la-ô” que, aliás, dá nome ao suplemento carnavalesco do jornal Folha de S.Paulo!
E, além dessa obra, ele criou muitas outras, ao lado de célebres parceiros, como Noel Rosa e Wilson Batista. Vai aqui a minha homenagem a este grande brasileiro! Obrigado”.
Sob os aplausos da galera momesca, desci do carro de som e fui para casa, onde tentei fazer uma caricatura do sensacional caricaturista.
*Publicado na Folha de S.Paulo