De Rogério Distéfano, no blog O Insulto Diário (http://www.oinsultodiario.com/)
Em artigo na Gazeta do Povo, Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores do governo Bolsonaro, revela seu projeto de gestão no Itamaraty. Coisa de assustar, que transita entre a Inquisição e o Nazismo. Três pontos merecem atenção.
1 – Impedir “pautas abortistas e anticristãs em foros internacionais”. Releve-se o descuido com o “anticristãs”, que exclui os equivalentes radicais muçulmanos e não cristãos em geral. O ministro confia demais na força do Itamaraty a ponto de alinhá-lo a pautas antiabortistas em foros internacionais.
2 – Combate ao “alarmismo climático”, essa bobagem ambiental que ofende os brios do capitalismo predatório – e do social capitalismo de Rússia e da China, com quem o ministro se alinha com a postura que quer implantar no Itamaraty, no governo de pureza ideológica de Jair Bolsonaro.
3 – O Itamaraty terá que se afastar ações que levem “à destruição da identidade dos povos por meio da imigração ilimitada”. Eugenia, como a de Pedro II, que travou a imigração oriental no Brasil. “Destruição da identidade dos povos” tem sabor de nazismo, de preservação de traços culturais ancestrais e – o ministro abre essa porta – da uniformidade étnica.
O ministro mostra que cabulou as aulas de geografia humana ao afirmar que a “imigração ilimitada” destrói a “identidade dos povos”. Isso não aconteceu nem na invasão de Roma pelos bárbaros – foi o contrário. Chegou tarde. A entrada ilimitada de negros fez a sonoridade de nosso idioma.
Que identidade tínhamos entre 1500 e 1900? A chegada de alemães, italianos, poloneses e japoneses comprometeu a identidade brasileira? Quem dera! Aliás, qual a identidade do povo brasileiro que pode ser comprometida? O governo Bolsonaro quer fechar o Brasil num Haiti de François ‘Papa Doc’ Duvalier?
O pensamento do ministro requenta as lições do Barão de Gobineau (1816/1882), político francês do século 19, teórico da anti-miscigenação, da pureza étnica que levaria à superioridade racial (esta um conceito renegado pela ciência). Gobineau, a propósito, era correspondente e amigo de Pedro II.
Ernesto Araújo usa a técnica diplomática da atenuação verbal no complemento‘ilimitada’. Mas não combinou com o chefe a questão do ilimitada. Que é o que acontece com as hordas de venezuelanos que entram no Brasil, e a quem Jair Bolsonaro recusa repatriar.
Phodheu…
Quem sabe invadiremos o Paraguai para obter sua tecnologia de ponta onde conseguem fabricar vinhos baratos e até cigarros.Esse governo daqui 6 meses o povo vai estar clamando para o volta Temer.
A cada dia Rogério piora. Até apoio de SS já tem!