7:34O tirano que não sabe sorrir

por Mário Montanha Teixeira Filho 

Assisti, há pouco mais de duas semanas, a uma entrevista concedida por Mário Celso Petraglia a uma rádio de Curitiba. Como de costume, os patrocinadores do evento pouparam o convidado de perguntas embaraçosas e lhe deram tempo bastante para proferir suas verdades absolutas. Impressionante como o discurso petragliano não muda. É sempre a mesma lorota, repetida feito mantra: a história do CAP começou em 1995, com um “soco na mesa” que outorgou ao caudilho o seu primeiro mandato.

Até aí, nada de novo. Só o aborrecimento de sempre. Num determinado ponto do interrogatório radiofônico, porém, um dos entrevistadores lembrou que o dono da voz tinha em mente um projeto de “modernização” da imagem do clube. Petraglia sorriu um sorrido nervoso, confirmou o plano visionário e disse que a ideia é “mudar tudo”. Mas o que significa “tudo”? Para Petraglia, tudo é tudo. Muda uniforme, muda mascote, muda emblema e mudam as cores. Quer dizer: o CAP vermelho e preto desaparece para dar lugar a uma associação furta-cor, despersonalizada e sem graça.

Não dá para levar a sério. Petraglia parecia balbuciar palavras impensadas, que resultaram nas frases estranhas que ganharam repercussão imediata. Animado com a fama, incorporou a suposta novidade. O tirano que um dia fantasiou seus atletas de amarelo para ajudar o capitão Bolsonaro a ganhar a eleição presidencial perdeu de vez a noção dos seus limites humanos. Ou do ridículo. Melhor seria se abandonasse as aventuras esportivas para oferecer seu gênio empreendedor a causas mais importantes.

Ao menos, ficaríamos livres das bravatas desse homem de expressão solitária e cruel, que não sabe sorrir, e anteciparíamos o retorno da paixão coletiva, que não pertence a ninguém e é de todos: o Clube Atlético Paranaense. Que seja assim.

2 ideias sobre “O tirano que não sabe sorrir

  1. Ademar Luiz Vieira

    A democracia é complicada.
    Nos anos 60 o Glorioso quase foi pra Cucuia , devido a administração da época ser extremamente amadora.
    No ano de 95 , foi a grande arrancada do CAP com a união de inúmeros sócios de peso político e financeiro.
    Aí nasceu esse nosso Glorioso e Amado Time, tipo a “Fênix” a ave mitológica a qual renasceu das cinzas.
    2018, olhando aqueles que no passado um dia foram os grandes hoje estão caindo pelas tabelas e tentando sobreviver se agarrando em um fio energizado .
    Se fizerem uma pesquisa a qual tenha 2% de margem de erro pra mais ou pra menos, vão notar que as torcidas desses ex grandes querem o sr. Mario Celso como seu presidente, porém os nossos torcedores querem somente a FESTA .
    Deveriam esses torcedores fanfarrões passar uns dias no nosso CT ” O melhor do Brasil ” para ver a dificuldade de se trabalhar com o futebol e todas as suas variáveis.
    Falar, criticar, xingar, é fácil quero ver um desses administrar o nosso FURACÃO.

  2. Oráculo

    Para o Sr.Ademar, ser contrário aquilo que sai da boca do MCP é ser “fanfarrão”. Ocorre que nada, nem ninguém pode usar a instituição da forma como o dirigente usa! O CAP não nasceu em 1995! O CAP não pertence a ele! Aliás, o Sr.já viu o Presidente usar a camisa atleticana?

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