O rosto que desenhei na minha vida seria assim como o teu se eu tivesse completado a multidão de traços exigidos. O sorriso escondido como se no meio do caminho o susto tivesse aparecido para apagar as cores delicadas. O rosto ficou no esboço, os olhos olhando para nada. A boca ainda não se prometia nos lábios mal riscados a carvão. O nariz, sim, altivo como um cisne, como se narizes tivessem personalidade.
O amor que desenhei na minha vida ficou perdido entre as folhas de papel. Demorei muito para escolher as ecolines, a pena com que desenharia os traços e os sonhos. E me perdi na escolha das possibilidades. E esperei um tempo demasiado longo. Enquanto passeava pelo tempo não percebia que era o tempo que passeava por mim.