8:58“Entre dois mundos – uma história de amor”

Do jeito que veio:

Por que eu? Essa foi a primeira reação que Larissa Ribeiro teve ao receber o diagnóstico de autismo da filha Aline, quando ela tinha 3 anos de idade. Hoje, 21 anos depois, ela pensa exatamente o contrário: por que não eu? Esta é uma história real que virou obra literária. “Entre dois mundos, uma história de amor”, mostra como ela, ao lado do marido Daniel, deu novo significado ao amor para cuidar da filha e inspirar outras pessoas.

O livro será lançado na próxima quinta-feira, 30 de agosto, das 19h às 21h30, na Livraria da Vila, no Pátio Batel, em Curitiba. A noite de autógrafos deve durar duas horas e meia, mas se a autora for se basear nos lançamentos anteriores, tanto na Bienal, em São Paulo, quanto em Brasília, esse dedo de prosa vai demorar muito mais. Larissa não é nada digital nos relacionamentos. Ela gosta de dar atenção às pessoas e concede a elas o tempo que elas querem ou precisam.

Assim como fez com Aline, personagem central do livro, que tem suas próprias, vontades, desejos, ambições, a própria autora teve que rever conceitos. Esta foi e tem sido uma aprendizagem mútua, com grandes descobertas. “Entre dois mundos, uma história de amor” é também um pouco sobre o concreto e o lúdico de dois universos que se sobrepõem pelas necessidades. Um, o da realidade, do cotidiano de ter que trabalhar para colocar a comida na mesa, para pagar a terapia para a filha; e outro de imergir sobre o mundo do autismo com o recorte característico de Aline. No meio disso, o amor.

“Quando decidi ser mãe, eu achei que a ordem natural era eu ensinar minha filha, mas, diante da realidade do autismo, eu me sentei no banco de aluna, para aprender com a minha encantadora de pessoas”, conta Larissa. E complementa: “O autismo traz uma peculiaridade de lisura; de finesse de caráter”.

Larissa conta que, de mãe protetora, foi ressignificando seus conceitos, valores e forma de ver o mundo, do quanto estava disposta a fazer a entrega de si mesma. “Só foi possível transformar essa história em livro pelos capítulos que foram formados pela nossa convivência.” O livro surgiu há sete anos. Se ela teve dúvidas para escrever? Claro, foram muitas. Mas o grande incentivo da família e dos amigos fez com que ela superasse o medo.

Em um dos episódios marcantes do livro, Larissa conta que chegou a ser expulsa de uma panificadora em Curitiba, porque “estava incomodando os fregueses”. A reação agressiva de um dos clientes do estabelecimento foi um marco divisor na vida de Larissa que, a partir dali, sabia que nunca mais aceitaria passar por uma situação dessas. A força veio da maturidade de estar disposta e fortalecida para combater o preconceito de uma sociedade pouco preparada para lidar com o diferente.

Mas o livro não trata de lamúrias, o grande legado que sua leitura deixa é mesmo o da premissa de que o amor vence tudo. Se não é pela dor, é pelo amor. Entre um lapso e outro, durante a construção do livro, Larissa conta que precisou parar por causa de crises nervosas da Aline. Nesse período, ela e Daniel se intercalavam para cuidar da filha. No amparo um do outro, eles percorreram esse caminho, respeitando o tempo de Larissa, de Aline e de Daniel.

Serviço:
Lançamento de livro e noite de autógrafos
Data: 30 de agosto
Horário: das 19h às 21h30,
Local: na Livraria da Vila, no Pátio Batel, em Curitiba.

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