por JamurJr
Tipos pitorescos há em quase toda parte. Em Curitiba muitos deles frequentaram a Boca Maldita, onde fizeram amigos e alegraram a galera. Maria do Cavaquinho, Marcha Lenta, Esmaga e o mais recente, Pinóquio , um pitoresco de grande apetite, sempre pedindo “algum para o almoço”. Certa vez pediu ao médico Julio Gomel um dinheirinho para assistir um jogo do Atlético. Julio, como bom atleticano e grande coração, deu o dinheiro. Pinóquio pegou o valor do ingresso e pediu mais algum. – Doutor, é pra comprar uma pipoquinha.
Paranaguá é conhecida também, pelos apelidos que colocam em qualquer um . Ninguém está livre. Peixe Boi, Garrafa na Água, Pingo, Pinto Louco, Perigo Fino, Bonita de Longe e por aí vai. Contam que Cartolinha foi um que se notabilizou pela elegância e algumas travessuras praticadas. Especialista nisso. Certa vez amarrou uma corda no sino da Igreja e ficou escondido para bater à meia noite. Espalhou que era um fantasma e muita gente acreditou. Tinha o hábito de andar com tampinhas de garrafa no bolso. Colocava sob as janelas de casas antigas, cujo quarto do casal ficava rente a calçada. Com isso gostava de ouvir o casal em noite de muito amor nas madrugadas quentes da cidade. No dia seguinte, contava pra todos quem estava em boa forma e quem fracassava na hora H. Num tempo em que se vendia banha de porco para fazer fritura Cartolinha apareceu numa venda próximo ao Mercado de Peixe para comprar 50 grama sde banha pra fritar um ovo. “Mas, Cartolinha, 50 gramas não da pra nada”, explicou o dono. “,Ora seu Cury, é só pra fazer um tchhiii na frigideira”. Magro, sempre bem vestido, sorridente, foi o único Rei Momo, peso pena da cidade.