Esperava a oferta há muito tempo. Corrupção, palavra que me encantava pela sonoridade e por ser tão forte o apelo no mundo dos homens. Veio. Eu dei o preço, mas fiz exigências, já que a mutreta iria entupir o corruptor de dinheiro. Pedi minha parte em maços de cédulas que deveriam ser amontoadas na forma de tijolos como via nas casas lá da vila – aquelas que eram construídas aos poucos. Não houve problema. O carregamento chegou depois de fechado o negócios e o cofre público ser mais uma vez limpado. Empilharam a grana do jeito que eu queria – e o bandido ficou ao meu lado tentando decifrar por que eu tinha pedido aquilo. Então, fiz o planejado. Molhei tudo com álcool combustível, risquei o fósforo e joguei. Enquanto eu ria, ouvia os gritos do crápula me chamando de louco. Sim, era, por isso negociei tudo com quem podia prender – e o fizeram. Depois, sumi. Jamais esqueci aquele monte de dinheiro. E o fogo, e o fogo…