Lula da Silva discursa agora. Fala o de sempre, mas disse, entre outras coisas, que “vai atender o pedido deles”. O “deles” aí é a Justiça que, segundo ele, se ajoelhou aos clamores da Globo, da Veja, enfim, da grande imprensa. Também disse que o “golpe” não terminou com o impeachment de Dilma Rousseff. Continua porque todos estes acima não admitem que ele volte ao poder – porque não querem que o povo pobre tenha vez. É discurso de campanha populista, como sempre. Para ele ou para quem escolher para ser candidato a presidente. Lula tem o que seus candidatos nem em sonho conseguem. Fala a linguagem entendível pela ninguenzada, mesmo que seja a maior baboseira. É o que nenhum adversário dele ou do PT tem, mesmo porque a convicção do pernambucano chega às raias da patologia – ou alguém nunca conheceu aqueles que acreditam nas próprias fantasias? Esqueça-se toda a roubalheira que surgiu com a Lava Jato. O fato de os do outro lado, que fizeram e fazem a mesma coisa, terem sido poupados até agora, reforça o discurso do ex-presidente, mesmo que um Paulo Preto, operador tucano, tenha sido finalmente preso. Em resumo, o país assiste a um dos mais tristes episódios de sua história – não pela prisão de um ex-presidente condenado por crime, mas sim por tudo que envolveu tal desfecho. Não há mocinhos neste filme.