Também quis andar sobre as águas. Foi uma tragédia. Na primeira subi numa daquelas bananas puxadas por uma lancha alucinada. Na primeira curva, voei e caí de pança no mar. Tinha o colete salva-vidas, encostaram o trem e, quando fui subir… Estourou um músculo do braço esquerdo, recuerdo de um supino que tentei fazer anos antes para impressionar uma donzela. O grito foi tão grande que os que ficaram montados naquilo amarelo pensaram que o tubarão do Spielberg tinha me deixado como o homem-tronco do cartunista Jaguar. A segunda foi no exterior, Caribe, aquela coisa americanizada onde a areia na frente dos hotéis parece ter vindo de um estúdio de Hollywood. Olhei e vi o brinquedo lá longe, no mar. Um barco com motorzão de popa puxava o sujeito pendurado lá nas alturas, junto com o para-queda ou algo assim. Fui. Voei. Levava uma câmera xereta e comecei a fotografar as coisas como a gente vê agora no gugol mapis. Pensei besteira, então, além de começar a ter vontade de fazer chover vômito: e se a corda rompesse? Eu ia parar em Havana no colo do Fidel, que naquele tempo estava vivo. Desmaie. Me resgataram. Quando acordei havia um grupo de yankees da terceira idade, tudo vermelhão, me olhando com cara de espanto. Gritei “Viva la Revolucion” e voltei ao Brasil no primeiro voo.